Basquete | Da redação | 27/09/2005 18h24

Polêmica na final do basquete dos Jogos Abertos de CG

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Basquete

Uma noite agitada marcou a final do basquete dos XXVII Jogos Abertos de Campo Grande. Neste último dia 26 de setembro, no Ginásio do Colégio Avant Garde, Àggil/Néon Concursos e UCDB proporcionaram uma bela exibição de basquete, em um jogo equilibrado, onde a equipe da UCDB sagrou-se campeã da competição.

Porém, o agito foi além das quadras. No horário do início do jogo, o time da Àggil/Néon Concursos contava com apenas cinco de seus atletas presentes. O jogo iniciou-se assim: a equipe começava o desafio contra o UCDB sem ter um banco de reservas.

Segundo o técnico Gil, a equipe contava com apenas cinco jogadores naquele momento, pois é composta de profissionais que atuam também no período noturno como, por exemplo, professores que deram o primeiro tempo de aulas noturnas e foram rapidamente para poder competir a final.

O fato de a modalidade ter sua final realizada em plena segunda-feira também foi alvo de críticas, dessa vez por parte do presidente da federação de basquete do estado, Rogers Prado. "Por ser uma competição adulta, onde os jogadores em sua maioria trabalham e, muitos casos, são pais de família, interessante que a final fosse realizada em um final de semana", afirmou o presidente da federação, que foi responsável pela parte técnica e administrativa das disputas da modalidade.

Na entrega das medalhas, o procedimento adotado pela Funesp foi a entrega apenas para os atletas presentes na premiação. Segundo Jairo Ricardes Rodrigues, um dos responsáveis pelos Jogos Abertos, esse critério busca valorizar a premiação, pois em edições passadas algumas equipes não compareciam e apenas uma pessoa ia buscar as medalhas. Ele ressalta ainda que, nos Jogos Abertos, os dois pontos altos são a abertura e a premiação.

Na premiação do basquete, o time da Ággil/Neon Concursos estava presente com oito atletas, estando ausentes apenas três. Os oito atletas presentes e comissão técnica quiseram receber as medalhas de seus colegas que estavam ausentes, mas foram impedidos. Eles terão que se deslocar até a sede da Funesp, munidos de documento de identidade, caso queiram suas medalhas.

O argumento usado é o de que a equipe que não comparece à premiação desprestigia o evento. Em contraponto, estava uma equipe de veteranos, que sempre prestigiou o evento com a participação e apoio e que, praticamente completa, pedia apenas a entrega de três medalhas de atletas que por motivos de força maior não puderam estar presentes.

Algumas certezas ficam dessa pequena polêmica. A abertura e a premiação não são o ponto alto do evento. O ponto alto do evento é o atleta. Atleta que se esforça em arranjar tempo em uma sociedade que cultua a velocidade e a urgência, para treinar e alavancar um esporte que, por muitas vezes, é desprestigiado por aqueles que julgam querer moralizar o esporte. Estes, porém não começam do início, incentivando o atleta que sua a camisa e, ao levar um tombo, não conta com uma organização que preparou um pano para secar a quadra. Não incentivam o atleta que se esforça e corre risco de lesão, e também não conta com um serviço médico preparado pela organização para cuidar de sua saúde.

Precisamos repensar o que é realmente o ponto alto do esporte: seria o atleta, esportista amador que busca tempo e força para continuar apoiando seu esporte, ou uma foto bonita, com presidentes disso e daquilo, rodeado de atletas bem vestidos para saírem bonitos no jornal?

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