Bate-Bola | Jones Mário | 18/10/2013 11h35

Bate-Bola: Edu Ribeiro

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Edu Ribeiro

Eduardo Ribeiro tem 27 anos e pratica há o Slackline há 1 ano e 8 meses. Ele conta que começou a modalidade inusitada por hobby, mas em janeiro deste ano percebeu que o esporte entraria de vez em sua vida.

Com pouca difusão, o Slackline (em inglês, linha frouxa) já possui vários adeptos em Campo Grande, basta dar uma olhada nas praças e parques da cidade. Pra quem não conhece, em entrevista ao site Esporte Ágil, o fundador do grupo Jumpline Slackers, Edu Ribeiro, conta como funciona.

Esporte Ágil - O que é Slackline?

Edu Ribeiro - O Slackline começou nos Estados Unidos, com um simples treino de escaladores. Quando eles queriam escalar, mas o tempo estava ruim, eles ficavam no acampamento e esticavam uma corda pra ficar se equilibrando, como se fosse um treino para a escalada. A partir daí começou a surgir o esporte, que hoje já está no mundo inteiro.

Existem cinco modalidades: o trickline, que tem manobra, saltos mortais, e é a mais visada hoje em dia pelos praticantes. Tem também o highline, em que você pratica o esporte com a corda esticada acima de 30 metros de altura até 800 metros, mas isso com cadeirinha de rapel, segurança e tudo mais. Tem o longline, em que a fita é mais comprida, tem mais de 30 metros (o trickline tem no máximo 20 metros) e exige mais concentração e equilíbrio, porque a fita fica mais bamba. E tem o waterline, que é feito em cima da água. A quinta modalidade são poucos que fazem, que é o freesolo, que nada mais é do que o highline, a uns 800 metros de altura só que sem o equipamento de segurança. Geralmente quem pratica usa só um pára-quedas.

EA - Como você descobriu o esporte?

ER - Eu descobri o Slackline no final de 2011 vendo televisão, até porque lá no Rio de Janeiro já é febre. Eu via várias matérias e comecei a me interessar e praticar por hobby. Foi só a partir desse ano que comecei a treinar pra valer mesmo.

EA - O que mais te chamou atenção na modalidade?

ER - Eu gosto de esporte no geral. Jogo futebol, andava de skate, faço rapel, andava de patins. O que me chamou atenção, como é um esporte novo e que exige muita habilidade, foi que eu poderia me destacar, até porque existem poucos praticantes ainda. Além disso, o Slack tem vários benefícios para a saúde.

EA - Que benefícios são esses?

ER - O Slackline ajuda você a trabalhar postura, concentração, equilíbrio, ajuda na parte psicomotora. Em crianças, você trabalha bastante a parte cognitiva dela, desenvolve mais porque ela tem que aprender novos movimentos, pensar rápido em cima da fita pra poder se equilibrar. Na parte adulta, o slack ajuda a prevenir contra futuras lesões no joelho, no tornozelo, porque o esporte exige muito deles. Além de trabalhar muito o abdômen e o tríceps, e de ajudar na perda de peso, caloria, porque é também uma atividade aeróbica 

EA - E o grupo Jumpline Slackers?

ER - Aqui em Campo Grande, o primeiro grupo foi o Adrenalines. Conheci e comecei a treinar com eles, mas aí resolvi formar um novo grupo agora em agosto. Começamos eu, minha namorada e mais um amigo. A gente via que quando treinávamos no Belmar Fidalgo ou em outro lugar qualquer o pessoal parava pra ver, diferente de outras modalidades. A partir daí vimos que o esporte tem potencial pra crescer bastante e decidimos criar o grupo com essa intenção.

EA - Quantas pessoas já tem o grupo?

ER - Temos os três fundadores, mais três na equipe e o pessoal da escolinha, que treinam com a gente todo sábado, que são uns cinco alunos. Fora a escolinha, temos dois alunos que fazem aula particular com a gente.

EA - Quais são as atividades do Jumpline Slackers?

ER - Nosso maior objetivo no Estado é promover o esporte e aumentar o nível dos atletas. E pra isso nós temos quatro ramos: a escolinha, a aula particular, as oficinas recreativas, e as oficinas empresariais. Além disso, temos o trabalho social, que é em parceria com a Funesp (Fundação Municipal de Esporte). Como o Slackline é um esporte praticado por pessoas de um poder aquisitivo mais alto, nós tentamos levá-lo pra crianças carentes, em orfanatos.

EA - Existe algum órgão que regulamenta o slackline?

ER - Aqui no Mato Grosso do Sul ainda não tem, mas no Rio de Janeiro já tem Federação, em Niterói (RJ) também, Minas Gerais tem. Aqui a gente tá partindo pra isso, a Funesp está dando assessoria nessa parte.

Primeiro temos que montar as associações, que tem que ser no mínimo três. Com essas três equipes formadas a gente pode partir pra criação da Federação. Estamos nesse processo de arrumar novas equipes. Acredito que até o final desse ano a gente consiga fechar pelo menos as associações.

EA - Existe algum apoio financeiro, público ou privado?

ER - Nós temos um patrocínio de uma empresa que faz eventos, a Nova Áudio, que tem estrutura, som, iluminação, e o dono da empresa é DJ, o Marcelo Nova. E isso já ajuda bastante a gente, porque quando vamos fazer uma oficina levamos uma estrutura, uma tenda, televisão, microfone, mixer, e isso eles oferecem pra gente como patrocínio.

EA - Como é e quanto custa o material do Slackline?

ER - O kit do Slack começa de 170 reais, que é o básico, pra iniciante mesmo, e vai até uns 500 ou 600 reais, que aí já é mais profissional. A fita pro profissional, que é própria para o Slackline, tem mais nylon, logo, mais elasticidade.

Hoje em dia, a maioria vai à loja de material de construção e compra aquela fita de caminhão, amarra na árvore e anda. Pra um iniciante tá legal, mas ele não consegue evoluir com isso.

Basicamente o kit é composto pela fita, as duas proteções para a árvore, a catraca, que serve pra tencionar a fita, e o back up, que é amarrado na catraca junto à arvore pra que, caso arrebente a corda, a catraca não voe no atleta.

EA - Como funciona uma competição de Slackline?

ER - Geralmente são três jurados num modelo de mata-mata, um atleta contra o outro. Cada atleta tem dois minutos na fita: ele sobe na fita, faz algumas manobras e, se cair, o tempo dele para. Aí sobe o outro e assim por diante, até esgotar os minutos de cada um. Quanto maior o nível de dificuldade da manobra, mais pontuação ele tem.

Geralmente os campeonatos são divididos em iniciante, amador e profissional, e em alguns casos eles separam a categoria feminina.

EA - O que você pretendem no futuro com o esporte?

ER - A gente tá tentando montar a associação, e dela partir pra Federação. E tentar realizar um campeonato aqui em Campo Grande a nível nacional.

EA - Pra quem quiser participar ou conhecer o Slackline e o grupo?

ER - Na escolinha a gente cobra 60 reais. São oito horas aula por mês, onde a gente ensina fundamentos básicos, posturas, forma correta de se equilibrar na fita. A escolinha é todo sábado, das 15h às 17h no Parque das Nações Indígenas.

No Belmar a gente treina sempre, e lá aparecem alguns interessados. Daí a gente tem alguns horários que dá pra marcar uma aula particular lá mesmo.

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