Bate-Bola | Da redação | 05/10/2009 14h24

Bate-bola: Paulo Nunez

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Para professor, não existe desporto pó-universitário no Estado. Para professor, não existe desporto pó-universitário no Estado. (Foto: Foto: Jeozadaque Garcia/Esporte Ágil)

Paulo Nunez

Natural de Bagé (RS), mas fixado em Campo Grande desde criança, Paulo Ricardo Martins Nunes é o responsável, atualmente, pela coordenação do curso de Educação Física da Uniderp/Anhanguera.

Em entrevista ao site Esporte Ágil, o professor de 42 anos destacou as equipes femininas de handebol, futsal e voleibol, que têm dado destaque para a Anhanguera nos últimos meses.

Paulo Nunez ainda é um dos organizadores da 6ª edição dos Jogos Universitários Internos da entidade, que está com inscrições abertas.

Esporte Ágil - Como surgiu seu interesse pelos esportes?
Paulo Nunez -
Na minha época de escola a gente tinha prática do handebol e do basquetebol. Sou do Rio Grande do Sul, vim muito novo para cá, onde dei início aos meus estudos na área de Educação Física.

Esporte Ágil - Você disputou muitos torneios na época da universidade?
Paulo Nunez -
Disputava os Jogos Universitários e os jogos entre os próprios universitários.

Esporte Ágil - E como você chegou ao cargo de coordenador do curso de Educação Física da Anhanguera?
Paulo Nunez -
A gente teve a oportunidade de trabalhar no curso desde a sua fundação, como assessor do outro professor que era coordenador. Ele infelizmente teve de sair da instituição, aí eu recebi o convite para assumir a coordenação do curso.

Esporte Ágil - Quais os planos de atividades esportivas da entidade para esse semestre e para os próximos anos?
Paulo Nunez -
Hoje a gente trabalha com várias perspectivas. Temos as equipes de handebol feminino, futsal masculino e feminino e voleibol feminino treinando visando os Jogos Universitários de 2010. Este ano já tivemos a oportunidade de sermos campeões no handebol feminino do Estadual e dos Jogos Abertos de Campo Grande. Nós temos outros projetos também, como hidroginástica, musculação e trabalho aeróbico, com pessoas do campus e de fora da faculdade.

Esporte Ágil - Fale um pouco sobre os Jogos Internos que a Anhanguera vai promover em outubro.
Paulo Nunez -
Nós teremos Jogos Universitários Internos, em todas as modalidades. As inscrições estão abertas para todos os cursos, na coordenação do curso de Educação Física. O evento terá duração de um mês, no período noturno, e nos finais de semana.

Esporte Ágil - A universidade recebe algum tipo de apoio do governo para essas atividades?
Paulo Nunez -
Não. Isso é exclusivamente da universidade, que investe no benefício do acadêmico e no aparecimento de algum atleta que possa estar "perdido" na universidade para fazer parte da equipe.

Esporte Ágil - Como você avalia o desporto universitário no Mato Grosso do Sul?
Paulo Nunez -
Hoje nós não temos um destaque nacional. Precisaríamos de um incentivo maior dos governantes para estimularmos esses esportes universitários. A parceria ideal seria universidade com o Governo do Estado.

Esporte Ágil - De que forma o Governo entraria nessa parceria?
Paulo Nunez -
Hoje o Governo Estadual já tem uma contribuição para a participação dos Jogos Universitários Brasileiros, ajudando nas passagens de ida, com o Governo Federal dando estadia e alimentação. Acredito que um apoio com mais eventos universitários, com atividades para as equipes, seria um bom apoio do Governo.

Esporte Ágil - E por que você acha que não existe continuidade quando o atleta sai da faculdade, já que ele para de praticar esportes e vai trabalhar?
Paulo Nunez -
Isso é uma cultura nacional. Temos exemplos de poucas equipes que conseguem manter um atleta pós-universidade tendo como profissão o esporte que ele escolheu. Isso eu acredito que é uma falta de patrocínio nas equipes, para poder manter esse atleta.

Esporte Ágil - Então na sua opinião é uma falta de incentivo tanto do poder público quanto do poder privado?
Paulo Nunez -
Sem dúvida. Essa falta de incentivo leva o atleta a ter que procurar a profissão que ele se formou, já que ele precisa sustentar a família. Essa falta de patrocínio que leva os atletas a desistirem do esporte precocemente, mesmo estando no auge às vezes para ter resultados.

Esporte Ágil - É inviável viver de esporte aqui no Mato Grosso do Sul?
Paulo Nunez -
Sem dúvida. São poucas as modalidades que o atleta pós-universidade continua na prática. Hoje eu não vejo condições de um indivíduo viver apenas do esporte.

Esporte Ágil - E o que você vê para o futuro a respeito disso? Você acha que isso pode mudar em breve?
Paulo Nunez -
Como eu disse isso é uma cultura. Isso não vai mudar de um dia para outro, levando muito tempo para mudar.  Mas a gente acredita que se as empresas e os patrocinadores tiverem uma visão mais ampla do que o esporte pode trazer, a gente acredita que a médio e a longo prazo nós possamos ter atletas numa idade auge, pós-universidade, continuando com a carreira esportiva.

Esporte Ágil - Quais modalidades mais se destacam na Anhanguera?
Paulo Nunez -
Hoje nós temos o handebol feminino, que já teve um destaque em competições esse ano. O futsal feminino nosso é muito forte. No ano passado foi para o Brasileiro e foi 3º colocado nos Jogos Universitários. Nosso voleibol feminino está com alguns reforços para essa temporada. Acredito que essas três modalidades se destacam. Temos individualmente a natação, que também tem destaques regionais.

Esporte Ágil - O atleta que compete pela Anhanguera recebe bolsa?
Paulo Nunez -
A gente tem o incentivo das bolsas, que facilita para esse atleta poder treinar e estudar. E a universidade, preocupada com isso, fornece para cada modalidade cotas, que são distribuídas de acordo com o rendimento do atleta durante o ano inteiro.

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