Bate-Bola | Da redação | 19/01/2007 15h28

Bate-bola: Roosevelt Couto Barbosa de Souza

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Roosevelt Couto

O professor de karatê Roosevelt Couto Barbosa de Souza é um dos expoentes do karatê no Estado de Mato Grosso do Sul. No ano passado, entre vários outros títulos, ele venceu a Copa dos Campeões Mundiais, realizada em Caracas (Venezuela) e foi campeão brasileiro de kata pela WKA (World Karatê Association) e pela WKFU (World Federation Karate Union). Residente em Bela Vista, Roosevelt é praticante do estilo karatê Goju Ryu e ministra aulas para crianças em sua cidade. O karateca é faixa preta sexto dan e também criador e presidente da Associação Sul-mato-grossense de Cultura e Artes Marciais. Em entrevista ao Esporte Ágil, ele falou sobre sua experiência de mais de 27 anos no karatê, sobre as particularidades desta arte marcial milenar e também sobre suas expectativas para este ano de 2007.

Esporte Ágil - Quando e onde você começou no karatê?
Roosevelt Couto Barbosa de Souza -
Comecei a treinar no ano de 1979, em Valença-RJ, com o Sensei Kotsubo.

Esporte Ágil - Quais foram os principais títulos de sua carreira?
Roosevelt -
Foram muitos títulos, mas os mais importantes foram os seguintes: héptacampeão Carioca, tricampeão Roraimense, campeão Gaúcho, nove vezes Campeão Brasileiro, pentacampeão Sul-americano, bronze no Mundial em Tóquio (1995), quinto lugar no Mundial em Frankfurt (2004), bronze no Mundial de Rotherdan (Holanda 2005). No ano passado, fui campeão da Copa dos Campeões Mundiais (Caracas 2006), campeão Brasileiro em Kata 2006/WKA (Brasilia-DF) e campeão Brasileiro em Kata 2006/WKFU (Candeias-BA).

Esporte Ágil - O karatê têm várias "vertentes" ou "estilos". Qual á praticada por você e quais as outras existentes? Qual federação e confederação você é filiado?
Roosevelt -
Minha origem é do Karatê Goju Ryu da Antiga União Karate-dô Goju Ryu, mas hoje pertenço a duas confederações: Confederação Brasileira de Cultura e Artes Marciais (CBMA), presidida pelo Grão-mestre Marley Mendonça e a World Federation Karate Union (WFKU), presidida pelo Shiran Pedro Moreira Lima. Como eu disse, meu estilo é o Goju Ryu, mas hoje em dia existem muitos estilos, sendo principais os seguintes: Goju Ryu, Shotokam, Wado Ryu, Shito Ryu, Shorim Ryu.

Esporte Ágil - Você foi duas vezes campeão brasileiro de kata no ano passado. Você tem pretensão de disputar os Jogos Pan-americanos Rio-2007? Quais as principais disputas para você em 2007?
Roosevelt -
Graças a Deus eu já estou classificado para o Pan-2007, pois fui campeão da Copa dos Campeões Mundiais, em Caracas (Venezuela), em março de 2006, mas estarei disputando as Seletivas no dia 27 de janeiro, no Rio de Janeiro e em março,  em São Paulo-SP. Disputarei também as competições regionais, nacionais e internacionais das duas confederações em que participo, destacando o Campeonato Sul-americano da WFKU, em junho, na Colômbia e o Campeonato Mundial da WKA, em novembro.

Esporte Ágil - De que forma o esporte auxiliou no seu desenvolvimento pessoal?
Roosevelt -
O Karatê, muito mais do que um simples esporte, é uma arte marcial milenar que prima por valores básicos que andam meio esquecidos na nossa sociedade, tais como: Respeito, Humildade, Hierarquia e Disciplina, que foram fatores primordiais na formação da minha personalidade.

Esporte Ágil - Quais as principais características do karatê e os benefícios que ele pode trazer para o praticante?
Roosevelt -
A filosofia do Karatê trabalha a mente, o corpo e o espírito. Partindo deste princípio, fica muito fácil falar dos benefícios do Karatê para o praticante. O condicionamento físico, a boa capacidade de concentração, a inclusão social que o esporte proporciona, colocando em igualdade pessoas de diferentes classes sociais, eliminando assim a discriminação social, dentre inúmeros outros benefícios que o karatê pode nos propiciar.

Esporte Ágil - Você mora em Bela Vista. Você treina em sua cidade? Ministra aulas? Tem uma academia? São quantos atletas praticando karatê na cidade?
Roosevelt -
Moro em Bela Vista e dou aulas de karatê aqui na cidade e já tenho mais de 60 alunos. Este ano, firmarei um convênio com a Prefeitura para atender todas as escolas municipais, onde sei que existem muitas crianças que querem praticar o esporte, mais não tem condições financeiras para tal. Aqui em Bela Vista, fundei a Associação Sul-mato-grossense de Cultura e Artes Marciais e, em breve, fundarei a Federação Estadual.

Esporte Ágil - Você já morou em diversos estados. Como você avalia o nível do karatê sul-mato-grossense?
Roosevelt -
Com sinceridade, o karatê sul-mato-grossense necessita de uma união maior para ter mais força perante as autoridades desportivas do estado, bem como os nossos governantes. Espero que neste ano de Pan-americano, tenhamos mais sorte no tocante ao incentivo, devido ao entusiasmo que envolve o país, que estará todo voltado para o esporte.

Esporte Ágil - O karatê tem grande número de praticantes em todo o mundo. Em sua opinião, por que o COI não inclui a modalidade nos Jogos Olímpicos? O que as Confederações tem feito no sentido de incluí-la no quadro olímpico?
Roosevelt -
A questão do karatê ainda não fazer parte das Olimpíadas deve ser comparada, grosseiramente, a questão das tribos da África. Veja bem, o judô só tem um estilo, o Taekwondo unificou-se para se tornar olímpico. Nós, do karatê, temos muitos caciques ainda, ou seja, muitas federações internacionais com reconhecimento mundial que ainda estão sob o domínio do Japão. Para que se consiga uma união dessas confederações, esta decisão teria que ser tomada diretamente pela mais alta autoridade esportiva mundial, de forma a reconhecer, ao menos, umas três federações destas que já falamos anteriormente, e torná-las oficiais. A partir disto então, deveria ser baixada uma norma geral para todas e só assim seria possível ter um karatê realmente de qualidade, em condições de ser apresentando nos Jogos Olímpicos.
No Brasil, alguns presidentes de confederação estão trabalhando em prol da unificação da nossa arte marcial, mas ainda temos pessoas que não conseguem entender este processo e continuam lutando contra, contribuindo de forma negativa para o avanço das negociações em favor do karatê mundial.

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