Bate-Bola | Hélio Lima | 20/04/2015 09h33

Marcelo Miranda

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Marcelo MIranda

O Presidente da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) Marcelo Ferreira Miranda falou em entrevista ao site Esporte Ágil. Miranda fez um balanço do início de gestão da nova administração da entidade.

Entre outros assuntos pontuou propostas como a regionalização das competições e a capacitação dos gestores e das organizações esportivas do estado de Mato Grosso do Sul. Confira.


Esporte Ágil - Em que situação a atual administração encontrou a entidade?  E qual é o balanço dos 100 dias da nova gestão?

Marcelo Miranda - O primeiro passo ao assumir foi fazer um diagnóstico, tanto das ações anteriores da Fundesporte quanto de sua situação estrutural. Encontramos alguns aspectos bastante positivos como uma equipe boa e competente com profissionais experientes, que conhecem a situação do esporte no Mato Grosso do Sul.

Eu também encontrei alguns problemas, mas não vou dizer que sejam problemas.

Nós estamos refazendo o inventario da Fundesporte, pois o último inventário foi feito há mais de 20 anos. No momento existe uma equipe percorrendo todo o estado querendo saber quais questões no papel cabem a entidade.

EA - Qual balanço nos dois meses na presidência da Fundesporte e como está sendo o planejamento da nova gestão?

Miranda - Esse diagnóstico é como uma meta. É uma mudança na forma de gestão. A Fundesporte em função do FIE (Fundo de Incentivo ao Esporte) concentrou muitas ações em função de convênios, inclusive em ações próprias, um exemplo é a realização dos Jogos Escolares. 

Esses eventos eram realizados via convênio. Era um estilo de gestão, nem vou dizer que estava certo ou errado. Eu acredito que nós temos que focar em eventos próprios. 

Essa é uma forma de minimizar despesas com o evento e ter um controle maior de gastos, de qualidade, e das condições em que coloca os atletas, essa é talvez a grande diferença que a gente pretende impor na nova administração.

EA -  Quais as metas em curto, médio e longo prazo? 

Miranda - A curto prazo os 100 dias de governo Reinaldo Azambuja, foi fazer o diagnóstico da situação da Fundesporte. Analisar a forma de gestão anterior, ver o que vai mudar e principalmente ouvir a comunidade esportiva.

O Fórum do Esporte (Evento realizado no dia 27 de fevereiro) foi importante por isso, já que 65 municípios participaram quase todas as federações, praticamente todas as universidades. O primeiro passo foi o Fórum para fazer um raio x da situação.

Esse evento teve três objetivos, sendo o primeiro apresentar a nova forma de gestão, o segundo foi fazer a apresentação dos programas em nível nacional, já que Mato Grosso do Sul ficou de fora do ciclo olímpico, e o terceiro ouvir a comunidade esportiva, aceitando sugestões e ouvindo reclamações.

Uma das questões elencadas foi a dificuldade das prefeituras em elaborar projetos com recursos do FIE. Na sequência do fórum fizemos a oficina de elaboração de 
projetos no tribunal de contas (realizada no dia 13 de março).

Existe a preocupação de qualificar os gestores, tirando a dificuldade na elaboração, fazendo um projeto redondinho, e que a prestação de contas seja correta.

A médio prazo nós queremos fazer uma transformação nos Jogos Escolares, de uma forma que ele volte a ser atrativo ao garoto e assim aumentar a participação, assim, 
evoluindo o nosso nível, e conseguir com que nós consigamos melhorar a nossa colocação no Jogos Nacionais.

O Governador me pediu em médio prazo, para 2015, a elaboração de projetos para atender  áreas de vulnerabilidade social. Nós estamos focados nisso e vamos desenvolver projetos próprios da Fundesporte para atividades de lazer, iniciação esportiva, para atender os pólos de maior vulnerabilidade, áreas indígenas e  locais em que há crianças fazendo uso de drogas. Essas são as principais metas para o ano de 2015 como reestruturar os jogos escolares e criar programas próprios da Fundesporte.

O terceiro objetivo em médio prazo é a democratização  dos recursos do FIE, fazendo com que esses recursos  cheguem a todas as cidades do estado e que não fiquem concentrados na capital ou na mão de algumas associações e federações. Temos que pulverizar esses recursos.

E em longo prazo, o que seria nosso plano plurianual, sendo das questões fundamentais é ampliar esses programas de atividade física com caráter social - iniciação esportiva, de lazer e outra coisa fundamental é a regionalização de todas as atividades da Fundesporte.

EA - Que perspectiva a visita do ministro do esporte George Hilton no final de março trouxe para o esporte do estado?

Miranda - Ele, na verdade veio ao estado em um período de transição em que não tinha o orçamento definido. Ele se comprometeu a nos ajudar através da lei de incentivo ao esporte (A Lei de Incentivo ao Esporte – Lei 11.438/2006 – permite que empresas e pessoas físicas invistam parte do que pagariam de Imposto de Renda em projetos esportivos aprovados pelo Ministério do Esporte).

Pessoalmente acho difícil no caso de grandes recursos como, por exemplo, a reforma do Guanandizão, que requer um volume muito alto de dinheiro devido ao fato de Mato Grosso do Sul não ser um estado industrializado com muitas empresas. O ministro se comprometeu a apoiar para que essas propostas sejam aprovadas.

A esperança nossa é uma aproximação maior com o ministério para elencar projetos, já que Mato Grosso do Sul ficou fora da Tsunami dos grandes eventos da última década.

EA - A Fundesporte vai continuar promovendo oficinas para federações, associações e secretárias do desporto?

Miranda - Sim. Nós temos uma meta de fazer uma oficina especifica dos dirigentes de Federações, pois temos percebido que as pessoas que se envolvem com Federações são pessoas apaixonadas pelo esporte, heróis que acabam pegando a entidade para tentar fomentar e muitas vezes sem um preparo especifico.

Então pretendemos trazer pessoas experientes, casos de sucesso a nível nacional para qualificar os gestores de nossas federações, melhorando sua capacidade de organização, que faça com que eles desenvolvam formas próprias de captar recursos, não apenas do poder público, mas através de patrocínio, melhor organização, cobrando nscrições de atletas, excelências, dando condições para eles administrativas.

Nós vamos retomar no segundo semestre essa oficina de elaboração de projetos, por que pretendemos lançar um novo edital. Nesse ano só iremos soltar um edital, que 
venceu no último dia 10 de abril.

Esse ano em função da gente estar organizando a casa será apenas um edital. O de novembro corresponde ao primeiro semestre de 2016. E a ideia nossa é soltar dois 
editais por semestre


EA - Em relação aos Jogos Regionais? De que maneira essas competições podem fomentar o esporte no interior do estado e na descoberta de talentos em esportes olímpicos.

Miranda - Uma das coisas que nós pretendemos implantar aqui no estado, principalmente nos Jogos Escolares, é não ter um limite mínimo de equipes para realizar os jogos, principalmente em modalidades individuais.

Até o ano passado se não tivesse pelo menos três equipes não acontecia os jogos. Mesmo com uma cidade inscrita nos vamos realizar os jogos. Todo começo é assim.

Não adianta ter três cidades inscritas em ginástica olímpica para gente começar a ter.

A partir do momento em que tivermos uma cidade inscrita, vamos realizar os jogos. É uma iniciativa para valorizar as ações individuais. Independente do número nós 
vamos realizar os jogos. Um grande recurso que nós temos para essas ações isoladas é o FIE.

Para você ter uma ideia esse ano já financiamos a participação a nível nacional do rugby, futebol americano, além de outras modalidades tradicionais e do paradesporto, que já viajaram com recursos da Fundesporte para São Paulo, Rio de Janeiro, Florianopolis Paradesporto. A Fundesporte é focada em viabilizar o desenvolvimento e a participação dos atletas em competições nacionais.

EA - Quais os planos para o Paradesporto de MS?

Miranda - O paradesporto do Mato Grosso do Sul é referencia.  Existem muitos atletas que se destacam a nível nacional, nós tivemos uma reunião com o pessoal do 
paradesporto logo quando assumimos chamamos todo o pessoal envolvido para criarmos estratégias.

Nós temos uma proposta que foi levada ao comitê paralímpico, é, que a obra lá do Vila Almeida, que é no estilo do Parque Ayrton Senna. É uma obra que está parada a muito tempo.

Eu conversei com o governador e ele prontamente ligou para o secretario de obras, pedindo para que reativasse a obra independente da contra partida do estado. Existe um montante de milhão e meio de reais disponível parado lá na Caixa para cobrir o custo da obra.

EA - Qual será a utilização da Área?

Miranda - Como o Vila Almeida é projeto numa plana pode sediar um centro de treinamentos para os atletas paralímpicos.

Queremos criar um centro de treinamento paralímpico e para terceira idade. O pessoal do comitê paralímpico adorou a ideia e vai apoiar a gente com equipamentos e treinamento, para criar um centro de treinamento para valorizar um trabalho de ponta aqui no Mato Grosso do Sul, que sempre trás medalhas, mesmo trabalhando em condições precárias em termos de estrutura de treinamento. 

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