Bate-Bola | Rosália Silva | 03/07/2004 19h29

Renê Martinez, da FFSMS recebeu o site para uma conversa

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Renê Martinez, da FFSMS recebeu o site para uma conversa

O entrevistado da semana é o presidente da FFSMS (Federação de Futebol de Salão de Mato Grosso do Sul), Renê Saueia Martinez. Aos 41 anos, um campo-grandense que passou toda sua vida na Vila Carvalho, tem muita história para contar. Há vinte anos terminou o curso de Educação Física na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), mas desde pequeno sempre esteve envolvido com esportes. Ele que já foi atleta profissional de futebol de campo falou para o site Esporte Ágil sobre vôlei, FFSMS e futsal, na última quarta-feira (30/6), ainda confiante na vitória do Flamengo sobre o Santo André pela final da Copa do Brasil. Confira o Bate-Bola:

Esporte Ágil - Como tudo começou?
Renê Martinez - Sou ex-atleta de futebol de campo, profissional. Joguei na época do Operário, quando Belmar Fidalgo existia e tinha esporte, em 1976, 1977. Em 78 fomos para o Operário e ficamos lá até 81, época que o Operário tinha uma forte equipe, no time de juniores tinha Toninho, da nossa época. Hoje é Müller, foi Müller, Cocada, Amarildo, a geração que passamos, em oito anos de infanto-juvenil, juvenil e júnior, nós nunca perdemos um campeonato. Era uma geração muito forte dentro do Operário. Quando as categorias de base enchiam o Morenão, você ia para assistir ao Comerário, e para depois esperar o jogo principal. Eu me formei em educação física e comecei a trabalhar com voleibol. Trabalhei no Clube 5 de Maio da Telems.

Esporte Ágil - Mas quando você se formou em educação física você parou de jogar?
Renê Martinez - Quando eu estava na faculdade, no último ano de Educação Física fomos a um Brasileiro de Seleções em Porto Alegre e recebemos algumas propostas de fora do Estado para ir embora, mas naquela época a diretoria queria segurar os atletas aqui. Voltamos com a esperança de fazer um contrato profissional para continuar jogando futebol, mas como estava estudando, tinha grau de instrução, jogava futebol não só pela paixão e habilidade, e sim porque realmente gostava. E eu já estava empregado no último ano, dentro do Clube 5 de Maio da Telems. Na época eu recebia três salários mínimos para trabalhar duas vezes na semana e final de semana. E quando fomos profissionalizar, a diretoria queria que treinássemos período integral, ganhando um salário mínimo. Quer dizer, ficou fora de cogitação. Como já tínhamos uma condição, um emprego seguro, acaba-se optando pela necessidade. Acabei parando de jogar futebol. Começamos na parte de Educação Física, que era nosso forte, recebemos propostas fora, mas naquele tempo sair do Brasil para jogar no Japão. Hoje ainda vai para lá e ninguém lembra ou sabe quem é, mas ainda pode ser alguma coisa. Foi quando surgiu na época o voleibol no clube e disputamos alguns campeonatos e montamos um time para disputar os campeonatos da Federação. E o Clube 5 de Maio foi responsável pelo surgimento da grande Copagaz. Na época França era presidente da Telems, então montamos uma estrutura e disputamos o Campeonato Estadual. Fomos jogar a final contra a Copagaz, que possuía uma estrutura bastante forte, já tinha trazido Mário Marcio da Chapecó, e Tigreza de Brasília, montou uma equipe para ganhar o Campeonato Estadual e disputar o Brasileiro de Clubes. Nós vencemos da Copagaz dentro do Ginásio Dom Bosco, um jogo de virada. Fábio Zahran que era o proprietário da Copagaz na equipe da época ficou muito enfurecido e no momento seguinte montou a grande estrutura do voleibol que foi a Copagaz, que trouxe Pampa, Carlão, aquela geração que passamos a nos orgulhar. Então fizemos parte dessa história. Dentro da estrutura do esporte temos uma empresa que é a IN Eventos, e trouxe para o Estado a aeróbica. No Shopping Campo Grande foi feito o primeiro evento de jogos de areia dentro de um Shopping no Brasil, fizemos o Campo Grande Beach Esporte. Depois trouxemos alguns desafios como Franco e Roberto Lopes, André e Guilherme. A partir daí, como a empresa tava caminhando, o presidente da Federação, Paulinho, passou a ter pouco tempo para tocar a Federação, pois ele era dono de uma empresa de materiais esportivos. Então fizemos um contrato, em 95, da IN Eventos para fazer a parte técnica da Federação e captar recursos para investimentos e patrocinadores. Cumprimos o mandato dele, que foi de 94 até 98, e ainda para a melhora do futsal acabamos "adormecendo" a empresa, porque fica incompatível você ter uma empresa que mexe com eventos esportivos e também fazer eventos esportivos no futebol de salão. Então deixamos a empresa um pouquinho "adormecida", mas não deixando descuidada. Em 98 nos elegemos para o primeiro mandato e agora, desde 2002, estamos no segundo mandato que vence em 2006. Quando assumimos, a Federação já havia passado por algumas fazes, desde Roberto Oshiro que foi a criação da Federação.

Esporte Ágil - Em que ano?
Renê Martinez - Foi em 79, neste ano faz 25 anos, é o jubileu de prata da Federação. Depois teve Acelino Nagasaki que foi uma pessoa que cumpriu uma parte do mandato do Roberto Oshiro, em seguida veio Roberto Rech, com dois mandatos,quando o futebol de salão teve um grande impulso. Roberto Rech hoje é presidente do Rádio Clube, sendo empresário fez uma série de investimentos. E por fim Maurinho, que assumiu na seqüência do Roberto Rech, foi quando assumimos a Federação depois de uma fase difícil que o Maurinho encontrou, pegamos a "coisa meio devagar", mais ele tinha deixado algo encaminhado, e hoje conseguimos resgatar e colocar o futebol de salão no espaço que é merecedor. Temos aproximadamente 30 equipes, que estão em atividade na Capital e no interior e a Federação faz os campeonatos em todas as categorias, desde fraldinha que é a categoria de base, de 7 e 8 anos, até o máster que é mais de 40 anos. Temos um calendário da Federação de aproximadamente 22 eventos por ano, fora os apoios da Prefeitura para poder dar uma estruturada. E a grande virada foi a equipe na Liga, ano passado, só que esse ano foi prejudicado em função do investimento, de estruturação, que já está sendo restabelecido. Nós já estamos com contato este ano para aquisição de uma vaga na Liga, para que MS entre por conta própria, sem ficar dependendo de todos. E dentro desse ano tentaremos conseguir trazer a Seleção Brasileira em uma partida amistosa no encerramento das preparações para o mundial, já que este ano temos o Mundial de Futebol de Salão que será em Tahiti, na China. E estamos na briga junto com Confederação, Federação Paulista, todas as federações, algumas associações, ongs em todo o mundo, com o trabalho do Futsal Olímpico, existe um abaixo-assinado nacional, estadual e mundial para que o futebol de salão possa se tornar olímpico, que a gente possa ter em 2008 como apresentação na China e em definitivo já em 2012, num local a ser definido.

Esporte Ágil - E a fase final do Brasileiro de Seleções, que vai estar acontecendo agora, qual é a expectativa?
Renê Martinez - O brasileiro sub-20 tem a participação nessa fase final das dez seleções que já se classificaram, em todo o campeonato ele funciona da seguinte maneira: O País é dividido em quatro regiões, dessas regiões saem dois classificados em cada região e mais o campeão do ano interior e o Estado sediante. Então dessas 28 nos classificamos na nossa chave, juntamente com Santa Catarina, e vamos agora para essa fase final, vamos enfrentar os estados que estão jogando em Liga, os estados que tem uma tradição já antiga no futebol de salão. Mas isso não quer dizer que não tenhamos chance, a nossa chave é bastante pesada, vamos jogar com São Paulo, Paraná, Maranhão e Minas Gerais. Minas há muito tempo com o time do Atlético Mineiro foi bi-campeão da Liga e São Paulo tem equipes fortes. Mas vamos depender somente do trabalho que tem sido feito. Nessa faixa-etária, temos bons atletas que a acreditamos que devam se classificar. Não é fácil, mas acho que na nossa chave, pelo menos entre as três nós ficamos. São quatro equipes: São Paulo, Paraná, Minas e nós. Vamos brigar por duas vagas. Com o Paraná temos condições, é a primeira partida, e vamos decidir a nossa vaga contra São Paulo, contra Minas na última rodada. Porque São Paulo que é o sediante, é o top, é o atual campeão brasileiro e estará jogando em casa, tem tudo para correr e ter condições de ser a melhor equipe.

Esporte Ágil - E qual está sendo o ritmo de treinamento dos jogadores de MS?
Renê Martinez - Bastante interessante, as equipes estão fornecendo os atletas, eles têm um treinamento já específico, estão fazendo os treinos na Mace e no Ginásio do Guanandizão, e os atletas estão em atividades. Até neste final de semana eles ainda estarão nos clubes, porque têm as finais da Taça Canarinho. Então a grande parte deles estarão disputando essas finais. Nós temos aí um time de Dourados, da Comercial Mariano, tem o Affeife, o Alex e o Chicão, que são três atletas da seleção que vão estar disputando as semifinais e finais. Na Uniderp tem Gleison e Toninho que estarão disputando. Mas acreditamos que por estar no intercâmbio jogando na divisão acima da idade, esses atletas vão poder trazer algo bom para nós.

Esporte Ágil - E quais são os maiores destaques na atualidade do futsal aqui do Estado?
Renê Martinez - Hoje em Mato Grosso do Sul existem atletas que são destaques, temos o Diego Pael que está jogando no Itajaí, que agora virá jogar pelo Estado o Brasileiro de Seleções. E o Alex que é sub-20 também está num time do Chapecó. Temos atletas que são oriundos, são natos do Estado e estão nos grandes centros. Tem o Euller que está na Espanha, três atletas de Dourados que também que estão na Itália, o Deco, Júnior, Tomazzeto, inclusive o Deco e o Júnior devem estar se naturalizando para disputar o mundial pela Itália, são atletas do Estado que estão se destacando fora. Aqui no Estado temos nas categorias principais uma grande quantidade de atletas que estão em atividade, tem o Baiano, que está demonstrando um grande futebol, o Marcão, tem muita gente, muitos fazendo futebol, um bom futebol de salão.

Esporte Ágil - E o público, comparece para assistir às partidas?
Renê Martinez - Temos uma média bem interessante. Nas categorias de base, o pai, mãe e parentes sempre acompanham os meninos e a meninas até o infantil. Agora, nas outras categorias temos recebido uma média muito boa, já tem um bom atrativo nas competições. O que tem ganhando bastante impulso é o futebol de salão feminino, que tem aparecido com muitas partidas interessantes, jogando um futebol de salão legal.

Esporte Ágil - Então, essa é uma categoria no futsal que pode estar evoluindo cada vez mais?
Renê Martinez - Com certeza, no futebol de salão feminino o ABC deve representar o Estado na Taça Brasil Juvenil, que será em Santa Catarina, vai disputar o Brasileiro lá e tem chance de fazer uma boa performance. Ele participou do Brasileiro no ano passado com o Dom Bosco, que está entrando em quarto lugar que vai ser em Caçador, Santa Catarina. O ABC vai representar de 30 de agosto a 5 de setembro. O futebol de salão feminino tem um espaço legal. E para que o futebol de salão passe a ser Olímpico ele tem que ter os naips e o futebol de salão feminino acontecendo, senão a FIFA não irá autorizar.

Esporte Ágil - E o número de praticantes, vem crescendo?
Renê Martinez - Quando assumimos a Federação, tinha aproximadamente em torno de 1.400 atletas inscritos, mas muitos inscritos estavam fora de atividade. Hoje em atividades temos mais de 3.500 atletas, dentro do Estado, que estão participando em várias categorias, quer dizer, existe uma sustentação. Existem alguns projetos nossos, até para que possamos ter uma quantidade maior e que possa vir a adquirir a qualidade. Tem um projeto "Saúde e Segurança e Educação através do Futsal" que deve ser implantado no ano que vem com a Secretaria de Educação, em que utilizaremos as estruturas das escolas estaduais e municipais, que aos finais de semana estão sem nenhuma atividade (chega sexta-feira à tarde todo mundo vai embora fecha a escola e ela não funciona). Enfim, a nossa intenção é ocupar espaço, colocar atividade nos finais de semana, reunir a comunidade, aproveitar o menino do bairro que está sem nada para fazer. E não tendo atividade ele acaba sendo direcionado, por exemplo, para as drogas... A partir daí essas escolas da periferia vão poder oferecer mais atletas para as equipes que são filiadas. Porque o atleta quando se sobressai, as escolas e os clubes, a escola ABC, a UCDB, o Dom Bosco, que são escolas particulares, escolas-empresas, vão poder dar uma bolsa de estudo, uma bolsa-auxílio, a esse atleta que acaba sendo direcionado para uma vida melhor.

Esporte Ágil - Você contou um pouco de quando foi se profissionalizar no futebol. E hoje? Tem gente que sobrevive da modalidade?
Renê Martinez - No Mato Grosso do Sul ainda não. Tem que gente que está trabalhando o atleta, temos dentro do Colégio ABC alguns atletas que são funcionários da escola para jogar pelo clube. Ele acaba sobrevivendo do futsal nessa condição. Não temos ainda o pessoal que só recebe para jogar o futebol de salão, para treinar. Ele vive do futebol de salão, mas na verdade se torna um clube-empresa, trabalha durante um período e treina no outro dentro da escola. Hoje não ainda temos profissionais do futebol de salão. No ano passado com a Cei/Dom Bosco, quando teve a Liga, os atletas eram contratados especificamente para isso. Só que acabou inviabilizando, porque na verdade, não adquiriu recurso suficiente para a manutenção e ficou prejudicado.

Esporte Ágil - E a que você atribui a não existir no futebol de salão o profissional da modalidade, seria a falta de patrocínio?
Renê Martinez - O Estado de Mato Grosso do Sul é complicado, se você parar para pensar, a gente que é Federação e qualquer um que vai levar proposta comercial de investimento em patrocínio, os focos são poucos. Quem tem poder de investimento hoje são poucos, assim acaba ficando na mão dos mesmos sempre. Ou então depender de verba pública. Se vai procurar uma bebida, você está na mão de uma Coca-Cola, de uma Skol ou de uma Brahma, que não resolve aqui, tem que ir projeto para fora. Na hora do dinheiro, hoje as empresas fazem o que? Custo-benefício. Eu vou investir tanto, mas o que vou ter de retorno. Então em Mato Grosso do Sul, Campo Grande, pela quantidade de habitantes, isso significa 0,0000015 no percentual de consumo de produtos, quer dizer que o que ele pode investir é muito pouco. Então ficamos às vezes nas mãos de abnegados, de gente que gosta de esporte. Na época de Coca-Cola, o Miltão e o Miltinho, eles investiam primeiro porque gostavam do social, gostavam do esporte e viam que aquilo era um retorno. Então, hoje a gente vai buscar patrocínio em que?

Esporte Ágil - Você acha que falta para as empresas daqui descobrirem o valor do esporte?
Renê Martinez - É questão é de interesse. O problema maior é que quando a mídia vai propor algo no esporte já propõe um custo exorbitante. Então o empresariado tem condições de investir sim, de uma maneira menor, por que algumas instituições conseguiram se sobressair com o esporte. Eu cito por exemplo o colégio ABC, quando terminou o ginásio fazíamos uma parceria. Ele cedia o ginásio para os nossos campeonatos e a partir daí realizamos todas as competições. Eu me lembro bem que naquela época tinha 800 alunos na escola e ele viu no futebol de salão, no esporte, algo que poderia dar um retorno para ele. Hoje a estrutura praticamente dobrou e ele tem 3.200 alunos. Em pouco mais de três anos ele quadruplicou a quantidade de alunos. Naquela época eu me lembro que dava em torno de 20 a 30 bolsas de estudo para atender o futebol de salão, chegava a 50 para atender a todas as categorias e hoje destina aproximadamente 300 bolsas de estudo. Ele vê que é um investimento que tem, e não é só futebol de salão. Hoje está no voleibol, no handebol, na ginástica. Quer dizer, algo de bom o esporte tem. O Lázaro, quando era época da Drogaria do Lázaro teve muito disso, investiu e tem retorno, porque estava sempre na mídia. O esporte é o institucional mais barato que se tem. Você liga o seu produto a uma prática saudável, algo de bom. Tem gente que diz que não vai gostar... porque o meu time é perdedor. Se você conseguir passar que o lado social daquilo que é feito, com certeza o esporte tem tudo para cada vez mais crescer. Em outros lugares, nos grandes centros, no próprio Brasil era difícil, mas hoje já está melhorando. As universidades, principalmente do Sul, estão investindo muito no esporte. Você tem a Unisul, a Ulbra, e outra em Caxias do Sul em Santa Catarina. Tem muita gente investindo no esporte. É uma maneira de atrair investimento mais fácil e ter um retorno. Até porque hoje, as grandes empresas preferem investir numa mídia nacional. O varejo, os grandes supermercados, a Coca-Cola, as grandes já têm a sua marca fixada, não precisa de mais fixação.

Esporte Ágil - E se for comparar o esporte em geral, um antes e um depois?
Renê Martinez - Eu acho que tudo passa por fases. As vezes somos cobrados pelas pessoas, "ah, você foi um dos melhores presidentes da Federação". Salva as chances que você tem, e eu sempre falei, e só fui candidato a reeleição, em função de que consegui juntar pela primeira vez na história todos dos ex-presidentes, até para ter sustentação. E a gente acha que todo mundo é importante, cada um é importante naquele tijolo, naquela sustentação que é a Federação, independente do que fez. Acho que estamos tendo a oportunidade. Hoje é bem melhor, e tem que ser melhor, porque está progredindo. O Rodrigo Terra demonstra pela disponibilidade de verba que tem, que o esporte nosso melhorou. Hoje nós temos R$ 3 a 5 milhões ano para destinar ao esporte amador, quando que nós poderíamos contar com isso? No último governo tínhamos no máximo R$ 200 mil ao ano. É lógico que são outros tempos, Rodrigo Terra vai passar e outras virão, e se continuar no mesmo ritmo de trabalho serão melhores, porque terão mais verba, as pessoas vão acordar mais para o esporte e ver que o esporte dá um retorno melhor. Até quando começamos a fazer a entrevista eu falei para você, hoje o Esporte Ágil é o site que está chamando muita atenção por causa disso, pela agilidade, porque viu aí quatro sites de esporte fazendo, aparecendo, corrigiu as falhas e está fazendo uma coisa diferenciada, que é o que todo mundo quer ver. E o site, a notícia online é isso mesmo. Você quer ver na hora, quer saber o que está acontecendo. Não é o resultado depois, aí já virou jornal, a notícia é automática.

Esporte Ágil - E os metropolitanos que estão acontecendo agora...
Renê Martinez - Nós estamos encerrando os metropolitanos, estamos na fase final, nos últimos três metropolitanos onde cada categoria classifica os quatro melhores da Capital para disputar os estaduais, que são no segundo semestre. Esse ano é uma entre-safra, algumas equipes não foram muito bem, mas está bastante interessante. Até porque este ano a hegemonia não está muito grande num só clube. Esse ano a Funlec já ganhou, o Osvaldo Cruz, ABC parece que ganhou só duas competições, a coisa está bastante espalhada. Nos estaduais, já recebemos muitas consultas, deve ter muita competição feminina, o interior está se preparando, a gente deve ter aí o infantil, o infanto, juvenil e o principal feminino, que são quatro categorias bastante fortes. E no segundo semestre, a competição estadual no principal promete, deve ter em torno de 12 a 16 equipes e é um campeonato que vai durar quatro meses, começa em agosto e vai até novembro.

Esporte Ágil - Tem alguns destaque para o interior?
Renê Martinez - Rio Verde sempre tem chego, e está na hora dele conquistar alguma coisa... Já teve dois ou três campeonatos estaduais que foi vice-campeão, Taça Canarinho também e da própria Copa Morena. E também Corumbá, que no ano passado veio pela primeira vez e já foi terceiro lugar no estadual. Acreditamos que as forças do interior vão melhorar. Dourados com a Comercial Mariano, é uma equipe bastante forte e Cassilândia deve vir com uma equipe bem estruturada. O futebol de salão só vai se fortalecer cada vez mais, se o interior for forte. Fazer futebol de salão só na Capital, depender só da Capital, acaba-se achando que está forte, mas quando faz intercâmbio não é bem assim. Para haver continuação, rivalidade, o crescimento do esporte como um todo, o interior precisa ser forte. Nosso futebol de salão foi forte quando tinha a Copacabana de Dourados, a Gercap lá de Ponta Porã, time de Jardim, aí foi forte o futebol de salão.

Esporte Ágil - A Federação, além do projeto envolvendo as escolas, tem mais algum?
Renê Martinez - Voltar à Liga, com certeza, ter uma franquia da Federação e fortalecer o interior, isso é fundamental. Até porque através disso você vai trabalhando o lado social, o lado de atividade esportiva. Em breve deve ter aí um canal de televisão com a Federação, voltado ao futebol de salão, deve ser lançado no aniversário da Federação, neste segundo semestre e vai estar aí com as competições da Federação. Um trabalho legal, todas as competições da Federação com transmissão aos sábados, duas horas e meia de futebol de salão, será aberto mais um espaço que possa divulgar o futsal.

Esporte Ágil - E você ainda pratica algum esporte?
Renê Martinez - A gente brinca, jogamos futevôlei até a algum tempo e tenho jogado muito voleibol. Antes de ser presidente da Federação de Futebol de Salão, eu fui vice-presidente da Federação de Voleibol por três mandatos. Às quartas-feiras e aos sábados a gente pratica um "voleibolzinho", para fazer uma atividade física. Até porque não estamos mais em idade de ficar parado. O tempo é a máquina de fazer monstros.

Esporte Ágil - E tem alguém da sua família que também é esportista?
Renê Martinez - Tenho meu irmão que é professor de Educação Física também, trabalha com aikido e kenpo-havaiano. Meus filhos não, o Pedro adora esportes, adora futebol, só que ele é portador de deficiência física, tem distrofia muscular, e o outro está mais voltado para a música e publicidade e propaganda.

Esporte Ágil - Você tem algum ídolo?
Renê Martinez - Aprendemos a respeitar os monstros sagrados. Cada um na sua fase. Temos na época de 58 a 62, Pelé e Garrincha, mas eu sou da geração de Zico e gosto muito do Ronaldinho pelo que ele passou, pela demonstração de aula de vida, e hoje está onde está, depois de tudo que passou.

Esporte Ágil - E qual é o seu time?
Renê Martinez - Sou rubro-negro, sou Flamengo. E apesar de não estar no Campeonato Brasileiro hoje tem que ganhar. (Nota: O Flamengo perdeu por 2 x 1 e o Santo André ficou com o título da Copa do Brasil, em jogo disputado no dia 30 de junho).

Esporte Ágil - Tem alguma dica de livro, de filme?
Renê Martinez - Tem a Revista O Futsal, que é mensal e tem informações bastante interessantes. E saiu um livro agora do Ricardo Alves, da história do futsal no Paraná, que conta toda a história do Paraná que é uma Federação que já tem mais de 30 ou 40 anos.

Esporte Ágil - E como nasceu a sua paixão pelo esporte?
Renê Martinez - Meu pai era jogador de futebol. Na época do amadorismo ele foi atleta. A gente acabava indo para o estádio para aprender a gostar de futebol. Sou nascido aqui na Vila Carvalho, morador daqui. Meu pai tinha uma tapeçaria e tinhamos um campinho, o campinho do velho Martinez. A gente juntava a gurizada e a galera, e todo final de tarde tinha pelada de futebol. Então a gente aprendeu, viveu isso. Então começamos a jogar, na época do Campo Grande Diesel, na época do seu Rui Abdala que era uma pessoa que incentivou muito o esporte, foi aí que a gente aprendeu a viver o esporte e a gostar do esporte.

Esporte Ágil - Você tem algum título de quando foi jogador?
Renê Martinez - No campeonato de 78, na divisão do Estado, fui campeão estadual no Estado Uno, quando era Mato Grosso ainda, e na categoria de base fui tetra campeão. E no futebol de salão fomos vice-campeões.

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