Editorial | Da redação | 02/12/2009 11h07

Dezembro: 2009 - ficamos na espera por um melhor ano de 2010

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Editorial

Mais um ano está próximo de terminar. É hora de sentar e avaliar: 2009 foi um ano bom para o esporte sul-mato-grossense? Tivemos a volta de grandes eventos esportivos para Campo Grande, como o "outubro mágico", que contou com a prova da Stock Car, o amistoso da Seleção Brasileira de futsal contra a Rússia, a realização da Volta das Nações, que reuniu 6 mil corredores nas ruas da Capital, e o jogo da Seleção Brasileira de futebol, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo - Copa esta que também foi nossa grande decepção do ano, pelo fato da Capital não ter sido escolhida para ser uma das sub-sedes da competição, que será realizada no Brasil em 2014. Presenciamos também o Santos da dupla Marta e Cristiane, considerada a "Pelé e Coutinho de saias". Ainda no futebol, vimos que o "tapetão", ao que parece, é coisa do passado no Estado, graças ao rebaixamento histórico do Operário Futebol Clube, time mais tradicional do Mato Grosso do Sul, que até o fechamento desta edição jogaria na Série B em 2010. Assistimos também, pelo quarto ano consecutivo, o título do Estadual Série A de Futebol ficar no interior, com a inédita conquista do Naviraiense. Nossos atletas também se destacaram individualmente em várias modalidades pelo Brasil e pelo mundo. Talita, mais uma vez, orgulhou a população de Aquidauana e do restante do Estado, sendo campeã, ao lado de sua parceira Maria Elisa, do Circuito Nacional de Vôlei de Praia e de quebra vice no Circuito Mundial. Nas lutas, tivemos Robertinho "Cyborg" ficando com o vice no ADCC, conceituada competição de jiu-jitsu sem pano, que contou inclusive com participação de lutadores do Ultimate Fighting Championship (UFC).

Apesar dessas conquistas nacionais e mundiais e de trazer importantes eventos para a Capital, nosso esporte local ainda segue na mesma situação dos últimos anos. O incentivo privado continua fraco e o apoio público segue insuficiente - ou mal aplicado, dependendo do ponto de vista. Seguimos com grandes "elefantes brancos", que poderiam ser centros de excelência de várias modalidades, como o Parque Ayrton Senna e o ginásio Guanandizão. Na política, o esporte virou pauta de discussões após a escolha do Rio de Janeiro - e consequentemente do Brasil - para ser sede das Olimpíadas de 2016, contudo nada saiu do papel. Nossa educação física escolar continua sendo vista apenas como lazer por diretores nos colégios particulares e por nossos governantes nas escolas públicas.

Que lição fica disso? Que apesar de todos os eventos que o Estado recebeu este ano, pouco foi deixado para a população. Não estamos criticando a vinda dessas atrações, mas o ideal seria um equilíbrio de investimento dos poderes públicos e privados. Enquanto nossos políticos não derem exemplo, vai ser difícil conscientizar os empresários sobre isso. Quem acaba "pagando o pato" são nossos atletas, que quando fazem 18 anos não tem a mínima perspectiva de sobreviver do esporte por aqui - fato que ocorre a muitos anos, talvez décadas. Não existe matemática que calcule essas perdas. Contudo, fica um lembrete para todos: o momento agora não é de contar os talentos perdidos, mas sim de não repetir os mesmos erros com nossos futuros atletas.

União - Nesta edição ainda comemoramos uma nova parceria, com o site Ensaio Geral, especializado na cultura sul-mato-grossense. Após um ano na grande rede, o desafio agora é levar o mesmo conteúdo e qualidade para o impresso. Missão que foi comprida com êxito nesta primeira edição. Esperamos que essa "dobradinha" seja sucesso por muitos outros jornais.

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