Editorial | Da redação | 09/11/2009 13h26

Novembro: Vitória do Rio-2016 gerará explosão de investimentos

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Editorial

O mês de outubro de 2009, foi de longe, o mais badalado dos últimos anos no meio esportivo sul-mato-grossense. O Estado foi o centro das atenções na mídia nacional, com jogos de futebol, futsal e provas de automobilismo e atletismo.

De cara, no dia 4, o Autódromo Internacional da Capital recebeu pilotos do Brasil inteiro para mais uma etapa da Stock Car. Vale lembrar que no começo do ano, boatos davam conta de que Campo Grande estava fora da rota da competição em 2009.

Uma semana depois, a Volta das Nações trouxe grandes nomes do Atletismo para Campo Grande, reunindo quase seis mil participantes debaixo de um calor de 30 graus.

Já a Seleção Brasileira de Futebol lotou o Estádio Morenão no dia 14, cena rara nos últimos anos. Já classificada para a Copa do Mundo de 2010, empatou em 0 a 0 com a Venezuela. Nada que diminuísse a festa da torcida, que não deixou de apoiar o time um só minuto do jogo. E fora de campo demonstraram muito carinho pela Seleção.

Quatro dias depois, outra Seleção Brasileira passou por Campo Grande. A equipe Canarinho de Futsal encheu o Guanandizão e não decepcionou, aplicando 3 a 1 sobre a forte Rússia, no Desafio Internacional de Futsal. A festa só não foi maior por conta da ausência do craque Falcão, cortado da equipe por contusão.

Passada toda a euforia, a pergunta que fica é: além de lembranças, o que estes grandes eventos deixaram para Mato Grosso do Sul? Para receber a Stock Car, foram gastos cerca de 800 mil reais na reforma do Autódromo Internacional. Já a reforma do Estádio Morenão, que recebeu a partida da Seleção Brasileira de futebol, custou aproximadamente 700 mil reais. Em ambos os casos a maioria do dinheiro veio de verbas públicas, sejam federais, estaduais ou municipais. Ou seja: uma estrutura foi deixada. A questão agora é saber como aproveitá-la, impedindo que esse investimento vire desperdício, como infelizmente pode acontecer com o Velódromo do Rio de Janeiro e o Parque Aquático Maria Lenk.

Parece que finalmente o poder público enxergou o potencial do esporte, vendo ele não apenas como lazer, mas como solução para vários problemas da sociedade, como educação, saúde, segurança e integração social. Certamente, muitos políticos tentarão aproveitar o momento olímpico brasileiro apenas para aparecer, mas com certeza muito será feito no desporto nos próximos anos.

É hora de olhar para o esporte escolar, dar mais valor a ele. Investir na capacitação de profissionais de Educação Física, para que da quantidade eles possam tirar qualidade. Temos que pensar que a Olimpíada, não é no Rio de Janeiro, mas sim no Brasil. Prova disso são os projetos federais voltados para 2016.

Para quem não sabe, o Ministério do Esporte assinará, a partir de 2010, convênios com prefeituras, para que acolham e fomentem modalidades olímpicas. Como contrapartida, o governo injetará dinheiro nos municípios participantes. Serão liberados, inicialmente, R$ 60 milhões em dois programas: o "Cidade Olímpica" e o "Atleta de Ouro".

O "Cidade Olímpica" contemplará numa primeira fase cem cidades. Cada uma delas receberá R$ 300 mil de auxílio. Já o programa "Atleta de Ouro" contemplaria competidores do alto rendimento sem condições hoje, de para serem beneficiados pelo programa Bolsa-Atleta. A previsão é a de que sejam liberados R$ 30 milhões, que serão distribuídos a 80 esportistas depois de análise do COB e das confederações das modalidades. Pelos cálculos, cada atleta receberia R$ 375 mil por ano.

Se todo esse investimento realmente acontecer, esperamos que nossos políticos abram os olhos apenas para o esporte, e não cresçam suas vistas para cima do dinheiro.

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