Entrevistas | Gabriel Neri | 17/02/2021 09h04

Esporte Ágil entrevista o goleiro Luiz Silva, do São Caetano

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O goleiro sul-mato-grossense Luiz Silva é um dos reforços do São Caetano, de São Caetano do Sul-SP, para a temporada 2021. O atleta que completou 38 anos recentemente estava jogando o Campeonato Brasileiro Série B 2020 pela equipe do Oeste Barueri. Além disso, Luiz tem passagens por Mirassol e pelo time catarinense Criciúma, onde jogou a Série A em 2014.

O começo de carreira do goleiro nascido em Campo Grande foi em um campeonato amador na vila onde morava. Em entrevista ao Esporte Ágil, ele contou sobre a carreira, a evolução como goleiro, as mudanças no esporte, o papel de líder que desempenhou nos clubes, as críticas ao futebol de MS e os planos pós-aposentadoria.

A história começou na Vila Zuzu com um time amador. Incialmente, Luiz era jogador de linha e só depois passou a defender a meta do time local. “Eu não era goleiro, eu brincava no gol, mas não era muito fã”, disse Luiz. A mudança veio no torneio conhecido como Copa Zuzu, realizado na região de Nova Alvorada do Sul, quando ele foi para o gol. Haviam dois times do Senhor Wilson, um mais experiente e outro mais jovem. Luiz foi para o time mais novo e sagrou-se campeão da Copa jogando por ele. Nisso, ele foi observado e conseguiu uma oportunidade para um teste na equipe do Mirassol, de São Paulo, em 2000.

Com medo da incerteza, os pais não deixaram Luiz ir, mas ele conseguiu recursos e foi incorporado à equipe. A passagem pelo time de Mirassol durou pouco mais de um ano, quando ele se transferiu para o São Caetano. Naquele momento, o Pequeno Gigante, como é conhecido, estava vivendo seu auge, estando na Série A e fazendo uma campanha inesquecível na Libertadores de 2002. O Azulão derrubou a Universidad Católica, do Chile, o Peñarol, do Uruguai, o América, do México, porém sucumbiu na final diante do Olímpia, do Paraguai. Depois de vencer no Defensores del Chaco e abrir o placar no Pacaembu, tomou a virada e perdeu nos pênaltis.

“A minha projeção no futebol foi muito rápida, eu cheguei em junho de 2000 no Mirassol e em 2002 já estava numa equipe profissional disputando Libertadores”, resume a ascensão meteórica da carreira.

Luiz também comentou sobre a evolução do futebol e todas as mudanças que o esporte teve ao longo desses 20 anos e analisou a situação de MS. “As pessoas têm que se atualizar conforme vai passando o tempo, infelizmente, as pessoas pararam no tempo em nosso Estado. Não se atualizam e não deixam as pessoas que mentalidade futura montar uma [nova] situação”.

Depois de passar uma década do São Caetano, atuar em 319 oportunidades e virar ídolo o jogador foi para Criciúma, de Santa Catarina, e escreveu uma bela história no Tigre. Nessa época, ele passou pelo pior momento da carreira que foi a lesão no joelho que o tirou dos gramados por cerca de oito meses, em um ano estava lesionado e noutro, na Série A.

“Eu fui para lá em 2014 para a disputa da Série A e é diferente. Hoje eu moro em Criciúma, tenho minha casa lá. Lugar que me adaptei muito bem, cidade muito tranquila, diferente do que a gente tá acostumado a ver”, contou. Luiz também rasgou elogios à torcida carvoeira. A passagem foi de seis anos, e se encerrou em janeiro de 2020 com 244 jogos, muitos deles como capitão.

O jogador de 38 anos sempre exerceu um papel de líder nas suas equipes. No retorno ao São Caetano no começo deste ano, “os atletas” conta Luiz “que estão negociando ligam e perguntam a situação”. Vale lembrar que o Azulão passou por uma mudança na gestão de 2020 para 2021. Além disso, ele explicou a função de ter uma faixa no braço não é simplesmente tirar par ou ímpar antes dos jogos e sim conciliar, motivar e liderar o time.

Em fase final da carreira, Luiz diz que analisa ano a ano para sequência. No momento, ele pensa em parar aos 40 anos de idade, ou seja, em 2023.

Como recado final aos jovens que buscam uma oportunidade, ele disse que “o sucesso do atleta não é só financeiramente, não é só dinheiro. O sucesso do atleta é conquistar objetivos, o sonho de ser jogador de futebol e [para] aqueles que buscam esse sonho, não desistam nunca, se preparem sempre. Independente do lugar onde esteja, tem sempre alguém olhando você treinar”.

Confira abaixo a entrevista completa com o goleiro Luiz Silva


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