Futebol | Da Redação | 22/04/2024 13h24

Final do Estadual no Jacques da Luz escancara descaso com Morenão

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A partida final do Campeonato Estadual de Futebol disputada no Estádio Jacques da Luz, nas Moreninhas, escancarou o descaso com o Morenão. Enquanto a decisão reuniu diversos políticos, o maior estádio universitário da América Latina segue às moscas e sem previsão de reabertura. Presidente o Operário, equipe que faturou o Estadual pela 13ª vez, Nelson Antônio da Silva criticou a administração do estádio.

“É incompetência da gestão da UFMS e da Fapec em não colocar o Morenão para funcionar”, resumiu ao Esporte Ágil. “A gente só pode citar dessa forma. A gestão muito é mal feita em relação às obras do Morenão, causado prejuízo enorme ao futebol de Mato Grosso do Sul”, acrescentou.

Com 53 anos, o Morenão enfrenta tempos sombrios. Palco de grandes duelos nos anos 70, que arrastavam verdadeiras multidões, o espaço enfrenta o abandono e o esquecimento do torcedor. Apesar de pertencer à União, já que é vinculado à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), virou um verdadeiro abacaxi para as autoridades ligadas ao futebol no Estado.

O Morenão foi inaugurado em 7 de março de 1971. O primeiro jogo do estádio foi entre Flamengo e Corinthians, com vitória dos rubro-negros, por 3 a 1. Com os times de Mato Grosso do Sul despontando no cenário nacional, ele logo se tornou o epicentro do futebol no Estado.

Com capacidade para mais de 45 mil espectadores, foi palco de jogos memoráveis em uma época em que Operário e Comercial duelavam de igual para igual com os grandes do Brasil. Além de ser um local que unia a euforia das vitórias e a tristeza das derrotas, foi, por décadas, o espaço onde a comunidade se unia em torno do esporte.

Apesar de seu passado glorioso, o Estádio Morenão enfrenta tempos difíceis desde o início da década de 90, com sinais evidentes de negligência e abandono, o que afugentou também a torcida.

As arquibancadas, um dia repletas de torcedores apaixonados, agora estão desgastadas e vazias. A estrutura está em estado de deterioração, com problemas de infraestrutura que colocam em risco a segurança dos frequentadores. A falta de investimento e manutenção adequada levou ao declínio gradual do Morenão: uma triste realidade para aqueles que testemunharam sua grandiosidade no passado.

“Talvez essas pessoas não tenham noção do prejuízo que causam. Ou tem que passar para quem possa administrar com competência. A administração da UFMS não tem olhar para essa improtância. Aquele local está abanondado e não correm atrás. Quem tem que resolver é federação, clubes e Governo do Estado”, disse o presidente do Galo.

Junto com o Morenão, o nível do futebol sul-mato-grossense também foi ladeira abaixo. Os times daqui sequer brigam contra os que disputam a série D do Brasileirão. Na Copa do Brasil, são raros os que conseguem passar da primeira fase.

“Pra gente poder voltar a fazer um bom trabalho no campeonato, como na Série D, precisamos ter no mínimo 8 ou 10 milhões para a disputa do campeonato em si. É um orçamento básico de qualquer equipe que chega para subir para a Série C. Não tem como fazer milagre com 500 ou 600 mil reais. Isso não existe. Você vai entrar apenas para participar”, finalizou Nelson.

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