Geral | Da Redação | 08/06/2024 08h17

Operação do Gaeco mira Francisco Cezário, ‘enraizado’ na FFMS há quase três decadas

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Todo poderoso do futebol de Mato Grosso do Sul há quase 30 anos, Francisco Cezário de Oliveira foi alvo de uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), braço do MPE (Ministério Público Estadual), na terça-feira (21), e acabou preso. Quatro viaturas do órgão deram bom dia ao mandatário em sua casa, no bairro Taveirópolis, e estiveram também na sede da Federação local, na rua 26 de Agosto.

A operação “Cartão Vermelho” investiga possível lavagem de dinheiro na FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul). A entidade recebe recursos do Estado e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e há 28 anos é chefiada por Cezário.

Segundo o MPE, durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou, na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol, em benefício próprio e de terceiros.

Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da FFMS, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema.

Nessa modalidade, ainda conforme o Gaeco, verificou-se que os integrantes da suposta organização criminosa realizaram mais de 1,2 mil saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.

Os investigados também possuiríam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

Ainda segundo o MPE, esse esquema estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações, seja de serviços ou de produtos.

Ao todo, os valores que teriam sido desviados, no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023, superaram a casa dos R$ 6 milhões.

A operação cumpre sete mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

No curso das diligências desta manhã, até agora foram apreendidos mais de R$ 800 mil reais.

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