Ginástica | Globo.com | 08/07/2008 15h58

Sem contrato com Confederação, Jade Barbosa vive turbulência

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Rio de Janeiro (RJ) - Uma das maiores esperanças de medalha para o Brasil em Pequim vive uma dor de cabeça a um mês dos Jogos. A ginasta Jade Barbosa está sem contrato com a Confederação Brasileira de Ginástica. Desde janeiro deste ano, não recebe salário da entidade nem do Flamengo, seu clube, com o qual também ainda não formalizou um acordo, apesar de ter renovado por um ano. As informações são do jornal "Extra", do Rio de Janeiro.

"A Jade nem sabe direito do que está acontecendo. Tento evitar falar isso com ela para não prejudicá-la", diz Cesar Barbosa, pai da atleta, em entrevista ao globoesporte.com.

Segundo Cesar, a CBG apresentou duas propostas. A primeira seria oferecer um salário de R$ 250,00 (referente a um repasse governamental), mais R$ 100, 00 de ajuda de custo. Outra alternativa seria um contrato pelo qual Jade ganharia R$ 350,00 e mais um bônus, desde que se comprometesse a fazer oito peças publicitárias para a empresa que patrocina a entidade.

"Acho tudo isso uma falta de respeito com a atleta, com a família que se dedicou desde que ela tinha cinco anos. Todas as outras atletas assinaram, mas a Jade não está na ginástica para pagar a conta de luz. Não entendo como um país que quer sediar as Olimpíadas trata seus atletas como cachorros", dispara Cesar.

O pai da ginasta também teme pela saúde da ginasta, já que, caso Jade se machuque durante as Olimpíadas, não há uma empresa comprometida a se responsabilizar.

"Eu me preocupo, mas vou fazer o quê? A Jade só está lá (na seleção brasileira) porque tem chances de trazer uma medalha. Não sei quem é a pessoa responsável, mas acho que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) tem que tomar uma posição."

Procurado, o COB afirmou, através de sua assessoria de imprensa, que Jade terá um seguro saúde durante os Jogos, assim como todos os atletas da delegação brasileira. No entanto, além da segurança financeira de sua filha depois das Olimpíadas, Cesar também se preocupa com suas condições psicológicas para competir diante de tantos problemas.

"A Jade não recebe nada da CBG, só escola, médico e moradia (em Curitiba, onde treina a seleção). Não tem direito nem a telefone, liga para casa a cobrar. Minha conta de telefone é de quase R$ 1.000. Ela fez 17 anos e eu comemorei pela internet (na última terça-feira, quando Jade competia com seleção na Bielorrússia). Foram incapazes de dar um telefone para ela ligar para a família. Depois dizem que ela está emburrada. Como não vai ficar, desse jeito?"

Site oficial é esperança de financiamento - O pai da ginasta, que sustenta a família com seu salário de arquiteto, se diz desiludido e acusa a supervisora da seleção brasileira de ameaçar mandar Jade voltar a treinar no Flamengo caso o contrato não seja assinado. Procurada pelo globoesporte.com, a dirigente preferiu não comentar as declarações.

"Eu queria que ela voltasse para o Flamengo, mas não tem jeito. Se ela quer mesmo uma medalha, vai ter que continuar treinando com Oleg", conforma-se Cesar, que espera conseguir financiamento para Jade com a venda de produtos associados a seu nome através de seu site oficial, que deve ser lançado até o fim do mês.

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