Judô | Da redação | 30/03/2017 13h58

Rafaela Silva é coroada Atleta do Ano no Prêmio Brasil Olímpico 2016

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A campeã olímpica Rafaela Silva foi um dos maiores destaques do Prêmio Brasil Olímpico, principal premiação do esporte brasileiro, na cerimônia de gala realizada nessa quarta-feira, 29, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. Sete meses depois de emocionar o país com a conquista da primeira medalha de ouro do Time Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio, a judoca levou o prêmio nas categorias Judoca do Ano, Atleta da Torcida (votação popular) e Atleta do Ano (feminino), em que concorria com a dupla Kahena Kunze/Martine Grael, da vela; e Poliana Okimoto, da maratona aquática.

"É uma enorme honra para mim ser eleita, pela primeira vez, a Atleta do Ano do Prêmio Brasil Olímpico, além de ganhar os troféus de Judoca do Ano, onde concorri com a Mayra e com o Baby, grandes nomes do judô mundial, e do Atleta da Torcida, que eu queria muito ganhar. Obrigada a todos que votaram em mim", comemorou a campeã que acompanhou a cerimônia da Geórgia, onde disputará o Grand Prix de Tbilisi nesta sexta-feira, dia 31. Seu técnico Geraldo Bernardes a representou na festa recebendo o troféu de Atleta da Torcida.

"Lamento muito não poder estar presente, mas essa etapa é muito importante para mim. Eu fui campeã do Grand Prix de Tbilisi no ano passado e preciso defender meus pontos no ranking mundial da FIJ agora", explicou.

Foi a terceira vez que o judô ganhou o prêmio de Atleta do Ano oferecido pelo Comitê Olímpico do Brasil, repetindo as conquistas de João Derly (2005) e Sarah Menezes (2009). Nascida na Cidade de Deus, comunidade carente do Rio de Janeiro, Rafaela tornou-se um dos maiores exemplos de transformação através do esporte. Começou no judô aos 5 anos na associação de moradores do bairro onde morava. Aos 8, foi para Instituto Reação, projeto do medalhista olímpico Flavio Canto, onde treina até hoje com seu mestre Geraldo Bernardes.

Entrou para a seleção principal do Brasil com apenas 16 anos, em 2008, quando foi campeã mundial júnior. Cinco anos depois, conquistou o primeiro ouro mundial sênior para o judô feminino brasileiro, no Mundial do Rio, depois de superar o trauma da eliminação precoce nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. O auge veio em 2016, quando enfileirou adversárias na Arena Carioca 2 e se tornou a única judoca do Brasil a ter títulos de campeã mundial e olímpica.

"Receber esses prêmios num ano em que tantos atletas brasileiros brilharam nos Jogos Olímpicos, na nossa casa, é muito especial. É um reconhecimento a tudo que eu passei na minha carreira como judoca até chegar ao ouro olímpico, o auge de qualquer atleta", afirma. "Espero que a minha história possa inspirar cada vez mais crianças, assim como eu, de comunidade, e mulheres que queiram praticar esporte a acreditarem em seus sonhos e a terem força e determinação para realizá-los. É possível. Não é a minha cor ou o lugar de onde venho que vão determinar até onde posso chegar. Foram as oportunidades que eu tive e a minha força de vontade, acima de tudo, que me fizeram o que sou hoje. Eu consegui, e foi com a ajuda de muita gente que acreditou em mim. Por isso, eu dedico esse prêmio a essas pessoas: minha família, em primeiro lugar, meus senseis Geraldo Bernardes e Mario Tsutsui, meu clube, o Instituto Reação, meus patrocinadores, a Confederação Brasileira de Judô, o Comitê Olímpico do Brasil, Marinha do Brasil, Ministério do Esporte, a equipe multidisciplinar que me acompanha, meus companheiros de treinos da seleção, enfim, todos foram fundamentais para minhas conquistas. Muito obrigada."

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