Lutas | Rosália Silva | 10/06/2004 17h24

Conversa com o presidente da Federação de Karatê de MS

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Conversa com o presidente da Federação de Karatê de MS

Entre os dias 22 e 25 a delegação de aproximadamente 32 brasileiros estará no Peru, competindo no Campeonato Sul-americano de Karatê. Representando Mato Grosso do Sul, quatro karatecas garantiram vagas no campeonato. De acordo com o presidente da Federação de Karatê do Estado, Hélio Arakaki "sem dúvida, todos os eles estão cotados a trazer medalha para o Brasil".

Dois destes atletas são alunos de Arakaki, na academia Muryokan Shotokan, Luciano Pinto que já foi bi-campeão no Sul-americano e Bianka Mendes, estreando no campeonato, mas que tem em seu currículo o tri no Brasileiro Infanto-juvenil de Karatê e um título pelo Juvenil. A terceira integrante do grupo, a atleta do Clube União dos Sargentos, Thayla Caroline Venâncio, é campeã Pan-Americana e Rafael Medina da Escola Área Viva vai ao Sul-americando pela primeira vez. "Penso que no mínimo duas medalhas com certeza vamos ter", afirma o presidente da Federação.

Para que os karatecas do Estado participem de competições nacionais e internacionais o apoio que a Federação recebe é do FIE (Fundo de Investimento Esportivo) e de resto tem que correr atrás de patrocínio, nada que desanime esse pessoal. "Geralmente somos nós é que vamos atrás de patrocínio" conta Arakaki. Para exterior, uma parte dos recursos é garantida pelo Governo Popular, Fundesporte e Sejel (Secretaria de Juventude e do Esporte e Lazer).

Depois do campeonato no Peru, a Federação de Karatê ainda tem agendado mais quatro grandes eventos da modalidade que com certeza vai ter a participação de Mato Grosso do Sul. O primeiro acontece em Goiânia (GO), nos dias 17, 18 e 19 deste mês, que é classificatório para o Campeonato Brasileiro das categorias infantil e mirim do dia 26 em Ponta Grossa (PR). E de 13 a 15 de agosto, acontecerá o Brasileiro das categorias infanto-juvenil, juvenil e júnior. No Rio de Janeiro, no mês de setembro, será a vez do Brasileiro Adulto. Já em dezembro, em São Paulo, a modalidade kata, infantil e máster, é que estará no tatame.

O presidente da Federação também vê com bons olhos o que a modalidade vem conquistando nos últimos anos, "o karatê deu um salto enorme nos últimos anos em função do trabalho de incentivo ao esporte e da Lei de incentivo, com o FIE", garante. Entre as graças alcançadas, ele cita que atualmente o Estado está em quarto lugar na classificação da Confederação Brasileira de Karatê. "Estamos repetindo a performance do ano passado, quando foram cinco atletas para o Pan-americano", analisa. "É uma medida para ver como estamos em termos de qualidade técnica".

Nos dias 26 e 27 de junho será realizada a segunda etapa do Circuito Estadual Fundesporte de Karatê Oficial de campo grande.Segundo Arakaki o termo oficial quer dizer ligado à Confederação Brasileira de Karatê. Que por sua vez além de ser reconhecida pelo MEC está filiada à WKF, órgão mundial da modalidade, por sua vez, reconhecido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). "As regras que nós seguimos são aquelas que estão sendo adotadas para quando o karatê ingressar oficialmente nas olimpíadas", explica. Ele sabe que para o karatê virar modalidade olímpica não será fácil, "tem até estudo para tirar modalidades, imagine colocar uma nova".

Professor -Em sua academia, Arakaki tem uma preocupação muito grande em mostrar que o karatê é uma "arte marcial, que possui efeito muito grande na formação do indivíduo, como seres úteis à sociedade". Arakaki conta que treinou com um grande mestre, já falecido há dois anos, Juishi Sagaro, o introdutor do karatê no Brasil. "O karatê é tridimensional, porque tem como objetivo a formação do ser em tríade: espírito, mente e corpo". Ele ainda dá uma dica de filme: "O último Samurai", que mostra honra, lealdade, principio, espírito, perseverança e espiritualidade. "Considero o karatê além de uma disciplina educativa, um caminho espiritual do crescimento, e espiritual não no sentido de religião". Como benefícios, o professor ainda fala na "maior capacidade de concentração, clareza de pensamento, diminuição do estado ansiedade, e quando bem orientado consegue desenvolver qualidades profissional e pessoal, alinhado ao bem estar coletivo".

Um outro benefício do esporte, já comprovado, é a reintegração na sociedade das camadas mais pobres. Ele cita o exemplo de um karateca da Capital que conseguiu se reintegrar à sociedade e hoje praticamente não tem conflitos, é uma pessoa "bem harmoniosa". Ele destaca ainda o trabalho voluntário como um exemplo para integrar pessoas."A piscina construída no Aero Rancho possibilitou uma nova diversão a quem nunca tinham entrado, foi um impacto muito forte de motivação nas pessoas".

Arakaki fala também do trabalho social dos professores Jackson Lubacheski no Tiradentes e professor Aldair e Daniel Munis no Nossa Senhora Auxiliadora. Esse serviço comunitário oferece o acesso as artes marciais, ao resgate da auto-estima e participação, em que não há distinção de classe social e por isso "competindo de igual para igual".

Para terminar, Arakaki reconhece que o trabalho do "Professor Rodrigo Terra conseguiu provar que esporte e lazer é tão importante quanto outro projeto de governo, que dá pontos positivos também. Não só obras, mas o esporte também contribui para a cidadania".

Associados - Hoje no Estado, a Federação de Karatê possui 34 associados e 500 atletas praticantes. Uma das principais atividades da Federação é o controle de graduação de faixa, em que um documento serve como passaporte dentro das competições e o histórico que futuramente servirá para o exame de Faixa Preta. E caso o karateca se mude de Estado a "carteirinha" permite que ele faça a transferência. A Federação também faz o controle dos professores para que o esporte sirva como integração dos atletas.

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