Segundo ouro do Brasil em Atenas vem do judô
Segundo ouro do Brasil em Atenas vem do judô
O judoca brasileiro Antônio Tenório, categoria até 100 Kg, foi ouro nesta segunda-feira, nos Jogos Paraolímpicos de Atenas. Por volta das 17h de Atenas, no Hall Olímpico Ano Liossia, Tenório ganhou seu terceiro ouro paraolímpico ao derrotar o chinês Run Ming Men por waza ari. Como o adversário de Tenório insistia na falta de combatividade, os juízes marcaram três penalizações, chamadas de shidos. O chinês detém o título de bronze na Paraolimpíada de Sydney, mas não representou dificuldades para Tenório. Na primeira das penalizações, o brasileiro ganhou um koka, que depois se converteu em yuko e, por último, em waza ari. O maior judoca paraolímpico brasileiro de todos os tempos ainda conseguiu realizar uma chave-de-braço, mas a luta acabou antes de Tenório pontuar por imobilização. Com técnica, raça e força, o atleta mostrou o que tem de melhor: determinação absoluta. Isso é o que garante o coordenador nacional do judô, Walter Russo: "ele tem condicionamento físico auto-confiança excelentes". "Estou muito feliz com essa medalha. Agora eu tenho que começar logo a pensar é em Pequim. Tenho 33 anos e sou tricampeão paraolímpico, isso é demais. Estou confiante no meu trabalho", revela o judoca, que, ao final da luta dedicou o título para os filhos e para todos que torceram e lutaram pelo seu sucesso. O coordenador Walter Russo destaca que o judoca veio com a mentalidade de um vencedor para Atenas. "O Tenório não é daqueles que têm um golpe só. Ele estuda cada passo durante a luta", explica. O judoca deu sinais desde a primeira luta do dia de que daria trabalho para os seus adversários. A primeira vítima do paulista foi o francês Sebastien Le Meaux. No segundo combate, Tenório venceu por ippon o ucraniano Mykola Lyvytskyy. A terceira luta chegou contra o americano Kevim Szott, campeão mundial da categoria até 100kg (em 2003) e ouro em Sydney - 2000. O judoca ganhou a luta com ippon. "O Tenório esteve bem focado e determinado durante todas as lutas. Ele é um atleta experiente", resume Dietmar Salmuski, doutor em psicologia esportiva, do departamento de psicologia do esporte do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), que acompanhou cada instante das lutas. O judoca veio para Atenas em uma categoria diferente da que competiu em Sydney, quando se sagrou campeão paraolímpico, com até 90 kg. Apesar da pressão de estar em uma nova categoria, até 100 kg, Tenório soube administrar com sabedoria este desafio. "Nós tivemos aqui hoje um Tenório renovado e medalhado. O judô paraolímpico volta agora para o Brasil com uma bagagem de muita técnica e conquistas, que confere evolução para a modalidade e para o esporte paraolímpico em geral", afirma o presidente do CPB, Vital Severino Neto.
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