Motociclismo | Da redação | 22/07/2009 15h39

"Escassez" de pilotos marca o Estadual de Motovelocidade

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Marcelo Von Braun e Aluísio Coutinho criticam o tratamento dado pela mídia à motovelocidade. Marcelo Von Braun e Aluísio Coutinho criticam o tratamento dado pela mídia à motovelocidade. (Foto: Fotos: Gil)

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Campo Grande (MS) - A última etapa do Campeonato Estadual de Motovelocidade, realizada neste final de semana (18 e 19) no Autódromo Internacional de Campo Grande, foi marcada pela falta de pilotos no grid de largada. Apenas dois estiveram alinhados: Marcelo Von Braun e Aluísio Coutinho. Um dos motivos, segundo os próprios pilotos, seria a organização, que marcou a prova com pouco tempo de antecedência. A falta de divulgação da modalidade em Mato Grosso do Sul também é alvo de críticas por parte dos competidores.

Campeão estadual do ano passado e atual líder desta temporada nas 500cc, Aluísio Coutinho (Endo Car), acredita que "tem que divulgar para crescer". Ele critica também a data da última etapa do Estadual. "Havia um encontro de motociclistas em Jardim, e poucos puderam competir", diz.

Coutinho também diz que a Federação de Motociclismo de MS (Femems) organiza o torneio e reconhece que é difícil mantê-lo. "Eles reclamam que não tem verba". O piloto conta ainda que paga uma taxa de R$ 200 por prova e ainda uma anuidade para a Federação.

João Victor Batista (Anita Calçados/HDL/Eco Máquinas/Açaí Sport), que compete no Brasileiro de Motovelocidade nas 250cc, revela que tem um alto custo por etapa. "Gasto cerca de R$ 5 mil com hospedagens, alimentação e mecânicos", conta. Ele acredita que, mesmo com o baixo número de pilotos no Estadual, a situação melhorou em relação ao ano passado, mas pondera: "ainda tem muito a melhorar".

O piloto sugere abaixar o preço das inscrições para atrair mais pilotos para as pistas. Para ele, uma forma de ajudar no crescimento no motociclismo em Mato Grosso do Sul seria melhorar a divulgação dos eventos, com convites, cartazes e atrair mídia para o autódromo.

Em seu primeiro ano na modalidade, Marcelo Von Braun (Concrelaje/Brasil Fone/Branco Fibras) aponta como principal falha, a falta de divulgação da mídia. "Todos falam de Stock Car, de Brasilerio, mas não falam de quem é da terra", critica. Ele defende uma premiação em dinheiro para atrair mais pilotos às pistas.

Assim como os outros pilotos, Von Braun critica a forma como a modalidade é divulgada em Mato Grosso do Sul: "tem que divulgar para a iniciativa privada apoiar. Não depende só da Federação", avisa. Ele reconhece o esforço da Federação, mas aponta algumas falhas na organização das provas. "Não tem fiscal mecânico, controle de combustível. Não controlam se o motor é original ou não", exemplifica. "Ou fiscalizam ou liberam tudo e deixa Força Livre, cada um investindo como quiser no motor", completa.

A Federação - Firmo Henrique Alves, presidente da Femems, foi procurado pelo Esporte Ágil e explicou algumas situações.

Segundo ele, "é complicado vender um campeonato com seis pilotos", referindo-se aos patrocinadores. Em relação ao baixo número de competidores, ele acredita que é normal, por ser uma modalidade com alto custo e nova em Mato Grosso do Sul.

"A motovelocidade é um esporte caro e requer investimentos, e todo investimento requer tempo", afirma, exemplificando ainda o Campeonato Estadual de Velocross, que no começo contava com quatro pilotos. Hoje, o número já ultrapassa 80.

Sobre o preço da inscrição, Firmo contou que, quando a categoria foi criada no ano passado, a pedido de alguns pilotos, estes se comprometeram a bancar o campeonato.

"Não achei justo eles bancarem o Campeonato. Eu consegui, junto ao Governo, bancar a prova. Hoje, os pilotos pagam só as inscrições", completa.

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