Personalidade | Lucas Castro | 30/07/2019 14h13

Adilson Higa traz três medalhas do BH Open de Jiu-Jitsu

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Contra as adversidades do destino, o paratleta hoje possui uma academia que leva seu nome e procura passar lições de artes marciais e de vida ao próximo.

O campo-grandense Adilson Higa Dorval, de 47 anos, levou o nome de Mato Grosso do Sul ao Belo Horizonte Winter International Open IBJJF Jiu-Jitsu Championship. O evento esportivo, organizado pela International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF), ocorreu no Estádio Jornalista Felipe Drummond, o Mineirinho, de 13 a 14 de julho, na capital mineira.

Adilson Higa, também conhecido pelo apelido de Dill, trouxe três medalhas na bagagem. O paratleta, que treina na Higa Jiu-Jitsu Clube, no bairro campo-grandense Maria Aparecida Pedrossian, faturou uma medalha de prata na categoria de kimono faixa preta, na classe máster 4 pesadíssimo (sem peso máximo).

Além dessa, garantiu outro segundo lugar e um bronze no estilo No-Gi (sem kimono), na categoria pesadíssimo e na absoluto (divisão de peso livre).

Com o desempenho em Belo Horizonte, Higa sobe mais algumas posições nos rankings internacional e nacional. Agora, ocupa a 89ª posição no ranking internacional e o 33º lugar no ranking nacional. Higa começou o ano nas posições 263 e 159, respectivamente.

“Encarei adversários muito fortes no Open BH, os resultados que obtive foram dentro do esperado”, afirma Higa. Seu objetivo é terminar o ano entre os 10 primeiros da categoria.

Higa destaca ao Esporte Ágil que, antes de pisar no tatame do Open BH, realizou treinamento preparatório de uma semana na Liga Brasileira de Jiu-Jitsu. Segundo ele, o camp teve supervisão do mestre Hilton Leão, faixa vermelha 9º grau. “Na ocasião, fui promovido ao 4º grau da faixa preta de jiu-jitsu”, salienta.

Campo-grandense no pódio do Open BH (Foto: Arquivo pessoal)

O sul-mato-grossense é amputado do braço esquerdo, após sofrer um acidente de moto em setembro de 2009. Na ocasião, foi atropelado por um caminhão.

Mesmo paratleta, Higa compete nos eventos da Federação Internacional e Confederação Brasileira na categoria convencional. Ele disputa de igual para igual com os demais atletas.

O paratleta morou oito anos no Japão, onde treinou no Instituto Kodokan e foi graduado na faixa preta de judô. Após retornar ao Brasil, rodou por várias cidades, por causa do trabalho.

Ele conta que trabalhou em uma fábrica de biscoitos como supervisor de vendas e depois em uma transportadora de grãos, até sofrer o acidente há 10 anos. “Foram 18 meses de recuperação e daí tive de tomar uma decisão sobre minha vida profissional. Foi então que decidi montar o Centro de Treinamento (CT) e dar aulas de jiu-jitsu e judô”.

“Fui aluno de grandes professores por conta de morar em cidades diferentes. Tive como professores Dedé Pederneiras quando morei no Japão, na faixa azul e roxa. Depois, Ricardo De La Riva, na faixa marrom e preta. Por último, na faixa preta, tive a honra de ser aluno do grande mestre faixa vermelha 9° grau Flávio Behring, que foi aluno de Hélio Gracie”, completa Higa.

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