Personalidade: Gabriella Penrabel
Gabriella Penrabel
Gabriella Penrabel tem 18 anos e é uma das poucas mulheres que pratica motocross em Campo Grande. Se antes pensava em competir, agora, devido às dificuldades, transformou o esporte em hobby. Veja sua história.
Após se interessar em 2006, através do namorado, que sempre praticou a modalidade, Gabriella começou a acompanhar os treinos e corridas e o interesse cresceu.
"Eu acabei me apaixonando pelo esporte e querendo praticá-lo. Em 2010, comecei a competir", conta.
A demora para começar a competir aconteceu por falta de condições financeiras para comprar uma moto na época. "Meu pai só pode me dar a moto em 2010, quando ganhei uma CR 85 cc , já usada. Para eu que não sabia nem ao menos pilotar foi muito complicado, pois já peguei de cara uma moto dois tempos , que a tocada dela é bem diferente das quatro tempos", explica.
"Sofri bastante no começo, a primeira vez que fui dar uma volta com ela na pista, já sai chorando de cara falando que não conseguia. Foram muitos choros,muitas brigas, mas até hoje confesso que é um esporte muito difícil e perigoso, mas que quem anda uma vez se apaixona", declarou a atleta.
Com a moto em mãos, ela tinha tudo para seguir seu sonho de competir. Mas houveram empecilhos. Segundo Gabriella, a maior culpa é da Federação de Motociclismo do Estado de Mato Grosso do Sul.
"O motocross tinha tudo para crescer em Campo Grande e principalmente Mato Grosso do Sul. Temos ótimos pilotos, que investiam no esporte. Mas cadê a Federação de Motociclismo para ajudar a crescer este esporte no estado? O dinheiro não é investido em nada. As únicas pistas que temos em Campo Grande, foram feitas por próprios pilotos", revela.
A pilota ainda conta que vários pilotos da Capital estão vendendo suas motos por estarem cansados de gastar dinheiro investindo no esporte só para treinar. "Nunca tem corrida realizada pela Federação. As corridas "piratas" acontecem por causa da falta de corridas federadas".
Gabriella lamenta também o fato de não existir uma pista para treinamento. "Todos os pilotos federados pagam uma taxa anual, o mínimo que deveríamos ter é uma pista para treinar, e nem isso temos. É triste saber que tínhamos tudo para crescer".
A atleta afirma que sonhava em ser pilota, mas nessas condições, já está até vendendo a moto e abandonando o esporte para estudar. "Não só eu, muita gente tinha um sonho, que foi impedido. Motocross agora só por hobby", finaliza.
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