Taekwondo | Da redação | 30/09/2016 13h51

Sem patrocínio, atletas vão às ruas pedir apoio para competir

Compartilhe:

Ver jovens com corpos pintados pedindo dinheiro nos semáforos é cena comum quando ocorrem o início dos semestres entre estudantes que são aprovados para um curso superior. Muitos estudantes passam por este trote em seus primeiros períodos na faculdade, com o intuito de recolher fundos para as festas de confraternização dos alunos.

A falta de patrocínio fez um grupo de jovens promessas do taekwondo adotar o mesmo expediente, mas com objetivo mais nobre: financiar a viagem da equipe para o Brazil Open de Taekwondo 2016.

A ideia vem por conta da falta de apoio que ocorre no Estado, dificultando que equipes representem o Estado, uma vez que as solicitações de apoio têm sido recusadas, tornando difícil para a equipe se destacar em eventos nacionais e somar pontos para disputar a chance de representar o Brasil em campeonatos internacionais.

A turma de 18 atletas, com idades entre 9 e 38 anos, irá se reunir neste sábado, dia 01, entre às 17h e às 19h, para pedir apoio nos altos da Avenida Afonso Pena. A equipe vai à batalha uniformizado, trajando de dobok (uniforme) e banner.

Uma das vantagens deste evento é que o atleta campeão soma 10 pontos para o ranking nacional, aumentando suas chances para participar do Grand Slam, evento que definirá a Seleção Brasileira para 2017.

Entre as jovens promessas, estão Suzanna de Almeida Aquino (Campeã do Grand Slam 2016 e atleta titular da seleção brasileira), Giovanna de Almeida Aquino (Campeã Brasileira Interclubes de 2015, Campeã Brasileira 2016 e 3º reserva da seleção brasileira 2016), Luiz Felipe de Almeida Aquino (3º Colocado Brasileiro Interclubes de 2015 e vice-campeão brasileiro 2014, 3º colocado no Campeonato Brasileiro 2016), Natan Lopes (Campeão do Brasileiro Infantil 2015 e vice-campeão brasileiro 2016), Ágatha Costa (Campeã Brasileira 2015) entre outros.

Apesar dos resultados expressivos, o grupo é praticamente bancado pelo treinador Mestre Fábio Costa, que acolheu alunos de projetos gratuitos, como o Taekwondo na Escola (encerrado no final de 2014).

Para levar um grupo a Londrina, onde acontece o Brazil Open nos dias 07, 08 e 09 de outubro, serão necessários R$ 3 mil. Essa despesa está relacionada a transporte e entre outros. A equipe fez uma ação, onde já arrecadou dinheiro para inscrições, mas contava com apoio para o transporte, o que foi negado.

“Alguns deles não precisavam participar da arrecadação, têm dinheiro, o pai ajuda. Mas eles estão juntos, gostam de ajudar uns aos outros, e isso só desenvolve a união da equipe”, comenta o técnico.

Em 2015 os atletas também tiveram que recorrer ao sinal para participar do Campeonato Brasileiro, quando conseguiram participar e de lá trouxeram o melhor resultado da história de Mato Grosso do Sul em Campeonatos Brasileiros: cinco medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze.

“Chegamos a achar que haveriam mudanças, mas infelizmente nada mudou, pois nesse ano solicitamos apoio, que foi negado, para participar do Campeonato Brasileiro e com um número reduzido de atletas por terem que custear suas despesas onde alguns não tem condições trouxemos duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Agora tentamos novamente apoio, só que mais uma vez não conseguimos. Já não sabemos como chamar atenção do Estado, pois somos uma equipe que traz ótimos resultados em todos os eventos em que participa”, finaliza Fábio Costa.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS