Vôlei | Da redação | 01/05/2005 14h27

Superliga masculina terminou; Vitória do São Bernardo

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O Banespa/MasterCard/São Bernardo venceu o Telemig Celular/Minas na manhã deste domingo, diante de 16,5 mil torcedores que lotaram o Ginásio Mineirinho, por três sets a dois (25 a 22, 21 a 25, 21 a 25, 25 a 22 e 15 a 13), em 127 minutos, e conquistou pela primeira vez o título da Superliga Masculina de Vôlei. O jogo marcou a despedida do capitão Nalbert das quadras. Ele vai para o vôlei de praia. A delegação retorna ainda neste domingo a São Paulo e amanhã será homenageada em São Bernardo do Campo, com desfile pelas ruas da cidade em viatura do Corpo de Bombeiros.
 
Quatro erros do Banespa/MasterCard/São Bernardo fizeram com que o Telemig Celular/Minas abrisse 4 a 1 e obrigaram o técnico Mauro Grasso a queimar o primeiro tempo. Apesar de continuar errando, a equipe do ABC paulista resgatou uma de suas principais características, a defesa e o aproveitamento de contra-ataque. Com isso, o primeiro set se tornou mais equilibrado e o São Bernardo conseguiu passar à frente em 9 a 8. Vinhedo optou por uma distribuição diferente dos jogos anteriores, poupando os atacantes de meio e forçando o jogo pelas pontas. Ralis disputadíssimos levavam a torcida ao delírio, mas a maioria deles era vencida pelos paulistas, que controlaram a ansiedade demonstrada nas primeiras ações da decisão. Em 25 minutos, após um ataque de Alberto, o São Bernardo venceu por 25 a 22.
 
O segundo set começou da mesma forma que o primeiro, com o Minas se aproveitando dos erros do São Bernardo para abrir vantagem no marcador e fazendo com que Grasso parasse o jogo novamente, agora em 6 a 3. Os paulistas chegaram a encostar no marcador, mas uma sequência de três saques de Evandro fez com que os mineiros abrissem 13 a 8. Na mesma moeda, por meio de contra-ataques, o Telemig Celular abriu sete pontos de vantagem. Na tentativa de empatar, o São Bernardo passou a forçar muito o saque, porém sem efeito. Sem conseguir repetir o rendimento do sistema defensivo demonstrado no primeiro set (somente 2 pontos de contra-ataque e bloqueio, contra os 10 do set anterior), os paulistas viram o Minas fechar o set em 25 a 21, em 27 minutos.
 
O técnico Marcos Pinheiro continuou com Evandro, um dos principais pontuadores no set anterior, entre os titulares no terceiro set. O bloqueio mineiro inibiu os atacantes paulistas com três pontos nesse fundamento até o primeiro tempo técnico. Defesas espetaculares em seqüência fizeram com que o São Bernardo empatasse o set e o jogo voltasse a ficar disputado ponto a ponto. Porém, cinco pontos seguidos de bloqueio - num total de nove na parcial - deram tranqüilidade ao Minas para fechar o set em 25 a 21, em 30 minutos.
 
Os times começaram o set querendo decidir na primeira ação do rali. Assim, erros sucessivos de saque e ataque conduziram o set. A paciência pedida por Grasso durante a primeira interrupção surtiu efeito e o time paulista conseguiu empatar em 8 a 8. Vinhedo optou por levantar a maioria das bolas para o oposto Riva, o que fez com que o aproveitamento de ataque geral da equipe melhorasse. A escolha do técnico por um saque mais controlado também foi importante na reação do São Bernardo. A tensão pela proximidade da definição do título contagiou ambas as equipes, que demonstravam isso na fisionomia a cada ponto definido. Com Nalbert no saque, o São Bernardo abriu 23 a 21. Após 28 minutos, com grande atuação de Filipe, deu São Bernardo: 25 a 22.
 
Independentemente do resultado, a Superliga mais equilibrada dos últimos anos merecia um desfecho assim. Mineirinho lotado, Nalbert se despedindo das quadras e o torneio sendo decidido no quinto set do quinto jogo. Entretanto só existia um lugar mais alto no pódio. O Telemig Celular / Minas começou melhor - chegou a marcar 8 a 4 -, mas o São Bernardo reagiu e após dois bloqueios consecutivos de Riva, os paulistas passaram à frente: 11 a 10. E após 17 minutos, o Banespa/MasterCard/São Bernardo conquistou o título inédito de campeão da Superliga Masculina de Vôlei, vencendo o set por 15 a 13.
 
O atacante Riva estava exultante. "Nunca senti nada parecido", explicou, referindo-se à conquista do torneio. Além de conseguir o título da Superliga, Riva alcançou o primeiro lugar entre os maiores pontuadores da competição, igualando-se a André Nascimento, do Wizard/Suzano. Quanto à pontuação, Riva foi objetivo. "O mais importante foi o título." Com um rendimento impressionante a partir da metade do jogo, quando o Banespa/MasterCard/São Bernardo estava em desvantagem, Riva fez pontos fundamentais para a virada. "Fui muito feliz, apesar de conseguir rodar algumas vezes por sorte. Eu pedi para o Vinhedo, ele me atendeu e eu fui feliz", resumiu humildemente.
 
Depois de perder a chance de conquistar o título na temporada 2001/2002 diante do mesmo adversário deste domingo, no mesmo ginásio, o técnico Mauro Grasso comemorou muito e creditou a vitória à união do grupo. "O título foi reflexo da postura da equipe durante a temporada toda. É fácil trabalhar com uma equipe assim." Analisando o jogo, Grasso diz que mesmo nos piores momentos, confiou na reação do time. "Tiramos a vaca do brejo pelo chifrinho, mas eu sempre acreditei que poderíamos vencer", vibrou.
 
O capitão do Banespa/MasterCard/São Bernardo, Nalbert, controlou a emoção em sua última atuação nas quadras e comandou a equipe mais uma vez. Quando decidiu que esta seria a última temporada na quadra, ele quis defender o clube que o revelou para o voleibol mundial. "Foi a temporada mais maravilhosa que eu tive na minha carreira. Foi o clube que me revelou, que me fez ir à seleção brasileira. Quando me decidi pelo Banespa/MasterCard/São Bernardo, foi uma forma que eu encontrei de retribuir tudo que me foi dado. Não poderia ter sido mais feliz", concluiu.
 
O levantador Vinhedo foi escolhido o melhor em quadra e ganhou o Troféu Viva Vôlei.

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