Bate-bola: Duda Yankovich
Duda Yankovich
Esporte é sua vida. Essa é Duda Yankovich, mais conhecida no Brasil como campeã mundial de boxe feminino na categoria super leve. Nascida no leste-europeu, na cidade de Jagodina, na Sérvia (antiga Iugoslávia), a hoje boxeadora sempre esteve envolvida com o esporte. Começou no karatê aos 11 anos e não parou mais. Desde então foram títulos e mais títulos, não apenas no karatê, mas também no kick boxing, outra paixão.
Depois de ter vivido durante um ano a guerra civil na Sérvia, Duda decidiu vir para o Brasil em 1999. O boxe só começou a fazer parte integral de sua vida em 2002, com sua estréia no amadorismo. Ela se sagraria campeã nacional no mesmo ano, em 2003 e também em 2004. Além disso, ela foi medalha bronze no pan-americano de boxe em 2005. Neste ano a boxeadora estreou entre as profissionais. Foram quatro lutas e quatro nocautes, sendo que sua quarta luta, contra a brasileira Letícia Rojo lhe valeu o cinturão brasileiro.
O título serviu para dar mais incentivo a "camaleão", que passou a treinar ainda mais visando uma disputa de cinturão mundial. Duas vitórias em território internacional bastaram para Duda disputar o título mundial da categoria super leves da WIBA (Women's International Boxing Association), contra a veterana colombiana Darys Pardo. A vitória veio por decisão unânime dos árbitros. A partir daí foram duas defesas de título bem sucedidas, contra a americana Belinda Laracuente e a colombiana Liliana Palmera - esta última em Campo Grande (MS).
Ao longo de sua carreira Duda acumula um cartel de 9 lutas, 9 vitórias das quais 5 por nocautes. Dona de um "espírito inquieto", como ela mesma se descreve em seu site oficial, Duda também pratica esporte radicais como mergulho, snowboard, patinação, mountain bike, paragliding, rappel, bungee jumping, entre outros.
Atualmente sendo treinada pelo lendário Miguel de Oliveira (ex-campeão mundial de boxe), Yankovich reside em São Paulo, onde treina e trabalha como personal trainer na academia Companhia Athletica. Cursou faculdade de Educação Física na FMU. Durante os anos vivendo e treinando no Brasil, administrou vários treinamentos de kick boxing e boxe, além de clínicas.
A bela boxeadora esteve no último dia 15 de setembro em Campo Grande, onde defendeu com sucesso seu título mundial e concedeu uma entrevista sobre o seu envolvimento com o esporte, projetos sociais e a popularização do boxe feminino no País.
Esporte Ágil - Como foi seu primeiro contato com o esporte?
Duda Yankovich: Desde que eu me conheço por gente eu sempre tive um contato com o esporte. Ninguém da minha família era atleta, nada, simplesmente foi um instinto, uma coisa natural. Nadava, fazia todos esportes possíveis na escola. Ficou mais sério com 11 anos, quando comecei a treinar karatê, depois kickboxing e hoje o boxe.
Esporte Ágil - Você já tem um nome no Brasil. Você pensa em fazer algum projeto social?
DY: A gente já tem um projeto, eu não tenho meu projeto em especial, mas participo do projeto do Miguel (de Oliveira), participo do projeto do Luís Otávio Moscatello, meu preparador físico, e da Everlast, que é meu patrocinador, todos projetos para incentivarem as pessoas a tirarem as crianças da rua. Eu não tenho meu próprio ainda, por falta de tempo, mas participo de muitos e vou continuar fazendo isso.
Esporte Ágil - E esse crescimento do boxe feminino. Qual é sua visão sobre isso?
DY: Não tinha como evitar. A mídia já vem tratando o boxe feminino muito bem, através de cinema e ícones internacionais, como a filha de Muhammad Ali. Assim o povo começou a se interessar mais e ver que na verdade as mulheres já lutavam há vários anos. Aqui no Brasil a gente tem muita campeã que competia, que lutava muito antes de eu chegar. Eu tive essa sorte: a felicidade da mídia me aceitar bem e estar podendo divulgar esse trabalho, mas não é nada mais do que as outras meninas estão fazendo também.
Esporte Ágil - E essa iniciativa de levar o boxe para fora de grandes centros como Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro?
DY: Acho legal as pessoas se interessarem, mais do interior do Brasil, digamos, não do interior, mas de outras capitais, porque muitas vezes não se tem a oportunidade de conhecer e saber como é uma luta de verdade. A televisão é uma coisa, mas é diferente o espírito quando se está lá, participando no lugar, e ver realmente como esse evento é feito.
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