Diversos | (Com informações do CPB) | 28/09/2004 17h51

Brasil fecha com chave de ouro a Paraolimpíada

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Brasil fecha com chave de ouro a Paraolimpíada

A seleção brasileira de futebol de 5 (para cegos) venceu os rivais argentinos, por 3 a 2, nos pênaltis e ficou com o ouro paraolímpico. Severino Silva (8), o capitão Mizael Oliveira (10) e Damião Ramos (4) fizeram os três gols do Brasil. Silvio Velo (5) e Oscar Moreno (2) marcaram os dois da Argentina. O artilheiro da competição foi o jogador tupiniquim João Silva (9) com o mesmo número de gols de sua camisa. Como não podia deixar de ser, a partida foi disputada até o último segundo do tempo regulamentar. O Brasil perdeu vários pênaltis e a Argentina teve mais chances para marcar. Na prorrogação, os brasileiros chutaram mais para o gol, com destaque para duas chances do artilheiro da competição, João Silva. Na arquibancada, sem poder fazer barulho, a torcida era verde e amarela. O coordenador do futebol de cinco, precursor da modalidade no Brasil, Mário Sérgio Fontes, não se continha em lágrimas: "a gente não podia perder de forma alguma". O artilheiro da competição, João Silva, afirmou que venceu a melhor equipe e fez um pedido: "esperamos o reconhecimento das iniciativas privada e pública quando chegarmos no Brasil, mais do que já temos". A delegação brasileira deixa a Grécia com o número de medalhas 50% maior do que em Sydney-2000. Na Austrália, foram 22 medalhas (seis de ouro, dez de prata e seis de bronze). Em Atenas, o Brasil arrebatou 33 (14 de ouro, 12 de prata e sete de bronze). O Brasil termina a competição em 14º lugar geral e 3º melhor das Américas, ficando atrás apenas do Canadá e dos Estados Unidos. O maior recordista de medalhas de ouro da história paraolímpica brasileira, Clodoaldo Silva, "Recorde"da Silva, afirmou que "a equipe brasileira mostrou que ter deficiência não significa ser incapaz". Ele terminou sua participação nesta Paraolimpíada com seis medalhas de ouro e uma de prata. "Será muito interessante se na próxima edição dos jogos o grupo aumente e as pessoas queiram ultrapassar nossos recordes", disse o nadador. O presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Vital Severino Neto, está bem satisfeito com os resultados: "o ouro passou de 100% do que conseguimos em Sydney e pode chegar a 20% na prata. Aumentamos o número de atletas, então, seria mais que justo que aumentássemos o número de medalhas também". No balanço de algumas modalidades, a natação levou 11 medalhas (sete de ouro, três de prata e uma de bronze). Segundo Gustavo Abrantes, técnico nacional da modalidade, este resultado é fruto de um trabalho sério entre os técnicos nacionais, os técnicos de base, os atletas e a comissão de avaliação. No atletismo, tivemos cinco ouros, seis pratas e cinco bronzes. "Viemos com 17 atletas e nove ganharam medalhas. Todos vieram com condições de ganhar", afirmou o coordenador da modalidade, Ciro Winckler. É importante lembrar que o CPB entregou uma carta ao Comitê Paraolímpico Internacional para solicitar alteração de algumas regras do atletismo, principalmente no que diz respeito ao sistema de pontuação da prova de lançamento de disco, em que Roseane dos Santos, a Rosinha, bateu o recorde mundial mas não medalhou. O judô terminou sua participação em 5º lugar geral (uma de ouro, duas de prata e uma de bronze) e ainda empatado com o Japão: "o judô paraolímpico é forte porque o judô nacional é forte. Um pré-requisito para ser um judoca é treinar com os olímpicos. O Antônio Tenório conseguiu um fato histórico para o Brasil, ser tricampeão paraolímpico na modalidade, algo apenas realizado por mais dois judocas no mundo", disse o coordenador da modalidade, Walter Russo.

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