Saco sem fundo: reforma do Morenão pode custar mais R$ 38 milhões dos cofres públicos
A novela da reforma do Estádio Morenão continua e, agora, surge um novo capítulo: uma reforma completa no espaço deve custar, pelo menos, R$ 38 milhões aos cofres públicos, segundo informou o assessor jurídico da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), José Eduardo Meira Lima. A entidade é responsável, junto à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), pelo Estádio Pedro Pedrossian.
A declaração foi dada durante reunião da Comissão de Desporto da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (11). “O valor previsto para a parceria, para execução das obras do Morenão, ele foi superado após a elaboração dos orçamentos. Então hoje a gente está com um valor que está bem acima do permissivo legal pra poder dar continuidade”, disse, segundo o site Midiamax.
O assessor técnico disse que o atual termo de fomento, previsto em R$ 9,4 milhões, não foi suficiente para a reforma. Até o momento, apenas os banheiros foram reformados, com custos de R$ 1.566.181,62. Desta forma, o saldo em conta é de R$ 7.838.761,08.
Entretanto, a estimativa para conclusão da reforma da infraestrutura, segurança e cadeiras da área coberta totalizam R$ 38.904.711,10 e seria inviável continuar a parceria com termo de fomento.
Ele revelou, ainda, que é provável que a parceria entre a UFMS e o Governo do Estado evolua para uma concessão de uso do estádio.
Escândalo - A discussão sobre a reforma do principal palco do futebol sul-mato-grossense ocorre em meio ao maior escândalo de corrupção da história do futebol local.
A FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) foi alvo de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que levou para a prisão o então presidente da entidade, Francisco Cezário de Oliveira. Desde então, a Federação está sob intervenção da CBF, com a presidência interina de Estevão Petrallás.
A operação “Cartão Vermelho” foi desencadeada no dia 21 de maio e investiga possível lavagem de dinheiro na FFMS. A entidade recebe recursos do Estado e da CBF e há 27 anos era chefiada por Cezário, que acabou preso.
Segundo o MPE (Ministério Público Estadual), durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou na entidade uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação, em benefício próprio e de terceiros.
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